A Ambitur.pt continua com esta rubrica dedicada à Rota Vicentina que tem como missão convidar os nossos leitores a embarcarem numa viagem pelo Sudoeste e a conhecerem de perto o que é possível ver e viver nesta região. E quem melhor do que os empresários locais para mostrarem o que a Rota Vicentina tem de melhor? Estamos a conversar hoje com Margarida Ferreira, diretora de Operações do Monte da Bemposta, em Porto Covo.
Quem é Margarida Ferreira, a diretora de operações do Monte da Bemposta?
Sou formada em Gestão Turística, pela Escola Superior do Estoril, trabalho há sensivelmente uma década em hotelaria, e tenho 33 anos. Desde que entrei no mercado de trabalho, fiz parte de várias equipas de projetos hoteleiros, integrando distintos departamentos. Há dois anos e meio abracei este desafio, como diretora de operações, na Amazing Evolution, empresa responsável, entre muitos outros projetos, pela gestão do Monte da Bemposta. Enquanto responsável de operação da Amazing Evolution no Monte da Bemposta, estou no terreno a coordenar a atividade do dia-a-dia do projeto, que passa por orientar a equipa, para darmos um serviço de excelência, com todos os detalhes e tarefas complexas que isso abrange. Sendo um projeto pequeno, as minhas tarefas diárias estão ligadas a todos os departamentos de uma maneira geral e no particular, desde a manutenção, receção, housekeeping, entre outros.
O que mais me apaixona nesta arte de servir o outro é a infinitude de temáticas, das mais diversas áreas, que abordo diariamente. Não há dias iguais, e um projeto de reduzida dimensão dá a oportunidade de aprender e desenvolver competências em departamentos totalmente distintos, mas que, no final do dia, todos se complementam em prol dos sorrisos do cliente no momento da saída.
Como surgiu o interesse em explorar este negócio? O que esta região tem de tão especial?
O potencial da localização do projeto, a panóplia de experiências que podem ser vividas neste produto hoteleiro único, e todo o mar (literalmente) de serviços que já disponibilizamos e os que se pretendem desenvolver no futuro, enquadrados nesta região única do Alentejo, é o maior motor para a exploração deste negócio. Uma região que tem ainda um longo caminho pela frente. Apesar da sazonalidade, queremos turismo todo o ano, mas, acima de tudo, turismo de qualidade, assente nas premissas da sustentabilidade e autenticidade das experiências que aqui são oferecidas.
Como contribui a Rota Vicentina para o desenvolvimento turístico da região?
A Rota Vicentina é uma grande mais-valia para a região, através dos seus trilhos pedestres ao longo mais de 300 km. É um magnifico cartão de visita para o turista das caminhadas nacional e internacional, e para os amantes da Natureza. Sentimos que o caminhante que normalmente apenas pernoita um dia em cada destino da costa alentejana e vicentina, fica com muita vontade de voltar e de permanecer mais tempo em cada etapa, para descobrir e explorar, não só a parte da Natureza, mas também o património cultural, a gastronomia e as tradições que esta região oferece. E voltam mesmo!
Acredito também que a linha de pensamento da Rota Vicentina, em torno de um turismo responsável, valorizando as sinergias entre os negócios locais, apresenta, sem dúvida, os alicerces a desenvolver para o planeamento de uma oferta turística diversificada e com qualidade.
Qual a designação da unidade hoteleira? Qual a sua classificação? A que público(s)-alvo(s) se destina?
O Monte da Bemposta é um empreendimento de turismo em espaço rural, com 18 unidades de alojamento de várias tipologias, entre T0 e T5. Temos uma piscina exterior de água salgada, dois campos de padel, uma sala de estar comum com lareira, um parque infantil, várias espécies de animais, bicicletas de montanha que se destinam a ciclistas dos oito aos oitenta anos, bicicletas elétricas, serviço de pequeno-almoço e refeições. Somos uma unidade pet-friendly.
Quem nos visita procura, essencialmente, o contacto com a Natureza e desconectar da vida mais agitada dos grandes polos urbanos. São famílias com crianças, casais e grupos de amigos, amantes das caminhadas, do padel e da prática de surf.
Qual a experiência que pretendem proporcionar aos vossos hóspedes? Que serviços vos fazem ser diferentes?
O nosso objetivo é que o cliente se sinta em casa connosco. Destaco a nossa comunicação constante com o hóspede ainda antes de o check-in ser feito, mas principalmente a flexibilidade que temos em satisfazer os desejos de quem nos vista. Vamos sempre ao encontro das necessidades do nosso hóspede, criando um grande sentimento de proximidade com o cliente.
No Monte da Bemposta não há impossíveis! Temos uma oferta bastante heterogénea de serviços, desde os passeios a cavalo pelas paisagens que envolvem o nosso espaço, piqueniques na praia para um momento a dois, mas também somos palco de casamentos, onde presenciamos a grande partilha entre familiares e amigos.
Que cuidados ao nível do atendimento do cliente a vossa unidade não deixa escapar?
Para nós, o cliente está antes mesmo do primeiro lugar. Ele é a nossa prioridade constante. Proporcionamos um atendimento personalizado e focado no detalhe. Gostamos de entender o que trouxe o hóspede ao nosso espaço e de criar valor. Adaptamo-nos e procuramos deixar a nossa marca e fidelizar quem nos visita. O mais importante é antecipar as necessidades, surpreender, seja com um miminho de boas-vindas, aquela reserva no restaurante que está sempre completo, a fotografia no forte da Ilha para recordação, a experiência do primeiro contacto das crianças com animais com tanta proximidade, entre tantas outras.
Somos um espaço com pouco mais de dois anos de funcionamento, e posso dizer que o volume de clientes que nos visitam todos os anos – por vezes, mais do que uma vez ao ano – é bastante significativo.
O que se destaca nos quartos e sua decoração? Que categorias oferecem ao mercado?
Todo o projeto tem uma decoração rústica e campestre, muitas madeiras, couros, cadeiras tradicionais, materiais nobres e naturais. De acordo com o conceito do espaço, o cliente, ao entrar, sente que está na sua casa de férias.
Os quartos não são exceção. São confortáveis e acolhedores, predominam também os tons naturais, com notas de amarelo, azul e cinza nos têxteis das camas e sofás das unidades. Destaco o pavimento aquecido em todas as casas-de-banho. Temos também alguns dos alojamentos com recuperador de calor, que dão conforto nos dias mais frios, e um duche exterior para tirar o sal dos mergulhos do mar, no Verão. Presença obrigatória, são as nossas bonitas próteas, colhidas da nossa plantação diretamente para a jarra, minutos antes do cliente entrar.
Ao nível das zonas públicas, como é que a unidade envolve o hóspede?
O Monte da Bemposta é um projeto que vive também muito da zona exterior aos quartos. Desde a nossa braseira com vista para o oceano, que aquece quem nos visita nas noites mais frias, passando pelo nosso jardim, o qual, só de olhar, chama à prática do yoga, bem como, dada a sua dimensão, apela igualmente aos jogos de futebol e volley para os mais pequenos, até ao percurso que circunda os quase 8 hectares, para quem prefere caminhar ou pedalar.
Têm serviço de restauração, que ambiente ali é recriado?
Temos uma ampla sala de refeições e um telheiro com vista para o mar, para um dos mais bonitos pores-do-sol do mundo e para as estrelas, onde o cliente pode desfrutar de uma refeição caseira com produtos locais. Existe um menu disponível, mas com base na nossa personalização do serviço ao hóspede, tentamos sempre cumprir os desejos de última hora de quem nos visita.
Têm sugestões/programas do que os vossos clientes podem fazer na região onde se inserem?
Quem nos visita recebe sempre as nossas dicas atualizadas, sobre os principais pontos de interesse e os aspetos mais autênticos da região seja ao nível do património cultural, praias, restaurantes, atrações para crianças, ou qualquer outro. Em simultâneo, e de acordo com a agenda cultural local, informamos os nossos hóspedes sobre eventos esporádicos como festivais, feiras de artesanato e gastronómicas, workshops e tudo o que possa ter relevância.