“Não há espaço para crescer no Aeroporto de Lisboa”

Qualquer tentativa de crescimento futuro da TAP para Lisboa está bloqueada pela falta de espaço no aeroporto da capital do país. David Neeleman, acionista da TAP, deixou bem clara essa mensagem, repetindo o argumento várias vezes, na sua intervenção no 28º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que teve hoje início, em Ponta Delgada, tendo como tema “Portugal, Vocação Atlântica”. O responsável avisa que o Governo português tem que se sentar à mesa com a Força Aérea e a ANA, e desbloquear a opção Montijo, que será já necessária no próximo cerão utilizando uma estrutura temporária.

Para o responsável, “temos o problema do Aeroporto de Lisboa que está a trazer constrangimentos à operação. Não nos podemos esquecer que 80% dos turistas do país chegam de avião ao país. Lisboa vai ficar com uma pista, já aumentaram os custos do Aeroporto de Lisboa vinte vezes, desde a privatização. São necessários 15 milhões de euros para um Sistema de Controlo de Tráfego Aéreo, que tem de ser aprovado urgentemente, porque demora a implementar cerca de dois anos”. Acrescenta David Neeleman que “a TAP gasta mais do que esse montante por ano, em atrasos verificados. Para além de que com um novo sistema poderá ser possível aumentar as operações por hora, com melhor segurança”.

A estrutura do Montijo, para o acionista da companhia aérea, permitiria o seu uso pelas companhias low cost, até porque “se estas querem crescer terão que ir ao Montijo”. Por outro lado, o responsável lembra que “há aeronaves estacionadas no Aeroporto de Lisboa que poderão também ir para o Montijo, os aviões não podem estar ali estacionados mais de um dia”.

Sobre se a TAP estaria disponível a utilizar também a base do Montijo, David Neeleman rejeita essa hipótese: “70% dos nossos passageiros fazem conexão, é mais difícil para dividirmos a nossa operação”. O responsável indica, por outro lado, que se poderia dar “incentivos para as empresas voarem para o Montijo. Podemos começar a criar políticas de incentivos diferenciados”.