“Não podemos deixar o património degradar-se”

No dia em que se assinou o primeiro contrato de exploração do projeto Revive, na sexta-feira, em Elvas, o ministro da economia, Manuel Caldeira Cabral, falou sobre a importância da iniciativa para o património cultural português, que estava em degradação, e que agora, pode ser recuperado através de fins turísticos.

“Não podemos deixar o património degradar-se”, começou por dizer o ministro da economia na cerimónia que decorreu na Câmara Municipal de Elvas, explicando que “não há meios para recuperar tudo” e que “se o património ficar parado, vai destruir-se”.

O Convento de São Paulo, localizado no centro histórico da cidade alentejana, foi o primeiro a ter o contrato de exploração assinado, neste caso, com o grupo hoteleiro Vila Galé. Uma estrutura construída entre os séculos XVII e XVIII, sem utilização desde 2004 e que apresentava já alguma degradação. Através da iniciativa do governo e do grupo Vila Galé, vai agora ter uma nova vida.

Nesta ocasião, Manuel Caldeira Cabral referiu: “vamos fazer deste projeto um projeto vencedor para a Vila Galé e para o país”, ressaltando também que, “este é o primeiro assinado de uma série, mas queremos ter mais assinados até ao fim do ano”.

Explicou que viram no turismo “uma oportunidade” de ter “crescimento valorizador” e também “novos projetos e inovadores em espaços antigos”. Além disso, acredita que “a rentabilidade destes projetos é muito maior”.

Anunciou ainda que o Revive “vai fazer 30 propostas na primeira fase, mas quer fazer mais”, dos quais “vários vão ser postos a concurso ainda este ano”.

Além da recuperação dos edifícios com valor patrimonial e cultural, o programa Revive tem o objetivo de incentivar ao turismo no interior do país: “uma proporção destes espaços é no interior e queremos também que o turismo se desconcentre, que encontre outras zonas de Portugal”, salientou o ministro da economia.

De acordo com as declarações de Manuel Caldeira Cabral, “a maior parte dos 30 projetos são para exploração hoteleira”, porém, há alguns “de dimensão mais pequena que poderão ter outros fins dentro da utilidade turística.

Garantiu também que “nenhum destes projetos será posto a concurso antes de todo o levantamento estar feito”, nomeadamente, “da Direção Geral do Património Cultural estar confortável que o que se está a colocar a concurso é responsável e que garante a preservação, valorização e restauro do património histórico”.