Nápoles: Uma cidade onde a tradição se molda na “fúria” do vulcão Vesúvio
Nápoles é uma cidade italiana que convida a visitar em qualquer altura do ano e conquista o coração de todos os amantes de história e o estômago dos mais gulosos. Em quatro dias, a Ambitur, a convite da Eurostars, rumou a este destino e mergulhou nas ruas mais frenéticas e nas vistas mais azuis para o porto da cidade – não esquecendo a paisagem de tirar o fôlego para o vulcão Vesúvio.
Fundada pelos gregos no início do século VIII a.C., Napoli, pela sua aproximação ao mar, foi desde logo um ponto importante para as antigas civilizações. Anos depois dominada pelos romanos, a cidade consolidou-se como um importante centro cultural e para o comércio, onde marcas desses tempos surgem por todo o lado até aos dias de hoje.
Esta que é a terceira cidade mais populosa da Itália, atrás de Roma e Milão, é reconhecida globalmente pela sua história, pela sua música e por ser a “mãe” da pizza (pontos altos a não perder) – além de ser uma região onde ainda se sente a “energia” do vulcão Vesúvio, ainda ativo, que teve a sua maior erupção em 79 d.C. e a última em 1944.
Atualmente, entre os populares de Nápoles reina uma grande devoção religiosa, domada pelo cristianismo e reforçada pela constante lembrança como a cidade é frágil e vulnerável à “fúria” do Vesúvio – só a cidade tem 52 santos, sendo o San Gennaro o mais importante.

Este santo, considerado um mártir cristão, é o padroeiro de Nápoles e acredita-se que se sacrificou em nome do catolicismo, na altura da perseguição romana – a sua história liga-se a um fenómeno milagroso da liquefação do seu sangue, onde este, que está coagulado, é guardado em ampolas e em momentos rituais transforma-se milagrosamente em líquido.
O sangue é dissolvido três vezes por ano (19 de setembro, 16 de dezembro e primeiro domingo de maio) e é um evento que reúne todos os napolitanos, em grande euforia e lágrimas, pois a liquefação do sangue significa proteção à cidade. Todavia, este é um milagre não reconhecido pela Igreja Católica, mas na população desta cidade sente-se a emoção, a sensação de proteção e a crença neste fenómeno.
Também o domínio espanhol marcou esta cidade que ficou esquecida e abandonada no tempo e que foi lentamente recuperada e (re)valorizada pelos que lutaram pela sua independência. Hoje, um dos pontos mais populares de Nápoles é o bairro “Quartieri Spagnoli” – aqui viviam os soldados espanhóis que intimidavam quaisquer revoltas populares. Este bairro foi construído estrategicamente para parecer um labirinto e evitar ataques, e hoje é um dos pontos mais importantes da cidade.
O que visitar em Nápoles?
Como pudemos ver, esta cidade é rica na sua história e na sua cultura, e merece várias horas e vários passos dedicados a ser conhecida, começando exatamente pelo “Quartieri Spagnoli” – aqui pode perder-se pelas ruas mais autênticas de Nápoles, sentir a dinâmica dos que aqui vivem e trabalham, e sentir a claustrofobia de luzes, vozes e até tributos. É nesta zona que pode visitar o famoso mural dedicado a Diego Maradona, jogador de futebol que atuou pelo clube da cidade nos finais dos anos 80, e que depois da sua morte dá o nome ao estádio. Conhecido por “D10S” entre os napolitanos, este é um nome fortemente e orgulhosamente respeitado. Existe até uma loja local onde, alegadamente, pode observar um fio de cabelo de Maradona.
Em perpendicular, caminha-se pela famosa Via Toledo, uma das ruas comerciais mais importante de Nápoles. Aqui casam-se edifícios históricos com a arquitetura moderna e é um ótimo sítio para experimentar a tradicional pizza frita ou simplesmente fazer compras e ir à caça de souvenirs.
Por este caminho, pode visitar algumas atrações como a Galleria Umberto I, o Teatro di San Carlo e o Palácio Real. Além disso, a estação de metro de Toledo é considerada uma das mais bonitas da Europa.
Por ruas transversais, que se formam quase como uma rede, pode ainda encontrar o Mosteiro de Santa Clara, construído em 1230. Este monumento foi destruído pelos bombardeamentos da 2.ª Guerra Mundial e reconstruído posteriormente. Ao seu lado, encontra a Igreja da Companhia de Jesus, que nem sempre foi um local de devoção e que à primeira vista ninguém lhe chamaria de “santidade”. Outrora um palácio da nobreza, foi tomado pelo Tribunal da Inquisição e transformado numa igreja, que milagrosamente não se deixou atingir também pelos bombardeamentos.
Em Nápoles também não pode perder a Rua San Gregorio Armeno, principalmente no Natal. Na época clássica o local possuía um templo dedicado a Ceres e os devotos ofereciam pequenas estátuas de terracota feitas à mão nas lojas dos arredores. No final do século XVIII, essas pequenas imagens converteram-se em artigos decorativos dos presépios cristãos. Mas não se engane, estas figuras também podem ser famosos da atualidade e há até quem queira um Maradona no seu presépio.
Mas esta rua merece passagem em qualquer altura do ano. No entanto fica a lembrança que na altura do Natal será quase impossível mexer um pé e não sentir a loucura pelas figuras mais apetecidas da cidade.
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Outro ponto alto é passear pela calçada junto ao porto de Nápoles, plano ideal para os dias mais quentes, onde o céu limpo pode permitir uma vista deslumbrante sobre o Vesúvio e a vizinha Ilha Capri.
Eurostars Hotel Excelsior – uma estadia de época junto ao porto
A convite da Eurostars, a Ambitur alojou-se no Eurostars Hotel Excelsior, um hotel recentemente adquirido pela marca, mesmo junto ao porto de Nápoles. Com 122 quartos, esta unidade oferece vistas de tirar o fôlego e conta até com um terraço de 1000 m2 que já foi considerado um dos melhores do mundo.
O edifício histórico, que funciona como hotel desde 1908, é um marco clássico e transborda elegância, com uma grande parte da sua obra original a ser preservada até hoje. Aqui receberam-se figuras das realezas, que ficavam na suíte presidencial, e muitas figuras famosas do século XX, como a atriz Grace Kelly.
Também este hotel icónico tem atraído o mundo das artes, fazendo cenário para diversas séries e filmes nacionais e internacionais, incluindo a série americana Os Sopranos.
O hotel fica a 10 minutos a pé da praça principal de Nápoles, sendo um local de estadia ideal para quem quer explorar a cidade.
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Pizza e massas são refeições obrigatórias
A pizza napolitana é uma das fortes especialidades da culinária tradicional da cidade e não pode ficar esquecida – seja ao almoço, ao lanche ou ao jantar – a par da pizza frita, uma ideia estranha, mas que não se pode rejeitar. Quente, crocante, simples, é como se define esta iguaria.
Também por ser uma zona de mar, as massas com bivalves e os peixes são pratos muito consumidos pelos populares e pelos turistas.
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Como chegar a Nápoles?
Portugal oferece uma variedade de voos diretos para esta cidade, desde Lisboa e Porto. Algumas companhias a operar são a TAP, a Ryanair e a easyJet, com opção para vários dias da semana, oferecendo uma grande flexibilidade para este destino.
Para se deslocar pela cidade opte pelos transportes públicos ou andar a pé. Táxis e serviços como a Uber são dispendiosos e poderão só justificar-se na deslocação para o aeroporto. Nápoles é a cidade perfeita para visitar a pé.
Por Diana Fonseca, em Nápoles, a convite da Eurostars