Os dados divulgados hoje pela NAV indicam uma quebra de 68,6% no tráfego observado nos aeroportos português no primeiro trimestre de 2021, face a igual período de 2020, com um total de 50.728 voos entre janeiro e março. O controlador aéreo atribui esta diminuição “ao facto de este período comparar com os primeiros três meses de 2020, altura em que o impacto da pandemia apenas se fez sentir na reta final do trimestre”. Mas admite que os efeitos da pandemia continuam a fazer sentir-se “com diferentes dimensões” nas várias regiões do país.
Lisboa está no topo d alista com 33.861 voos nos primeiros três meses do ano (-73%), enquanto em Santa Maria, nos Açores, o recuo foi de 52,5%, com uma descida de 35.000 movimentos geridos em 2020 para 16,8 mil no primeiro trimestre deste ano.
“Esta é uma tendência que já se tinha verificado ao longo do ano passado, ainda que de forma menos pronunciada. Em 2020, a RIV Lisboa geriu menos 58,9% de movimentos e a RIV Santa Maria registou um recuo de 53,1%”, refere a NAV.
O controlador aéreo observa ainda que “com a evolução do tráfego nos próximos meses envolta em muita incerteza, é expectável que os números relativos ao segundo trimestre tragam uma melhoria”. Contudo, “tal ocorrerá essencialmente porque o segundo trimestre de 2020 foi o pior registo de todo o ano passado”. Nos últimos dias tem-se notado uma “evolução favorável”, mas os números continuam mais de 50% abaixo dos observados em 2019.
“É cada vez mais evidente que a crise provocada pela pandemia não é algo passageiro, sobretudo no setor da aviação, onde as ondas de choque da interrupção abrupta dos fluxos de tráfego se continuarão a fazer sentir por vários anos“, diz Manuel Teixeira Rolo, presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal, em comunicado.