Nível de confiança no setor do turismo atinge valor mais elevado desde maio de 2018

Turismo mantém tendência de crescimento em todos os indicadores. Inflação é o grande desafio que se vai colocar ao setor em 2023. As previsões são avançadas na 67ª edição do Barómetro do Turismo® do IPDT- Turismo e Consultoria.

O nível de confiança médio no desempenho do turismo atingiu, em setembro de 2022, os 82,4 pontos: um aumento de 1,3 pontos face ao último registo de maio de 2022. Segundo alguns membros do painel, Portugal continua a ser um destino com boa imagem internacional e muito procurado, beneficiando da conjuntura geopolítica internacional, que desvia procura do leste da Europa para o destino. Subsistem, no entanto, algumas dúvidas relacionadas com o contexto económico internacional e o possível impacto da inflação sobre a procura.

Comparando com o período homólogo do ano anterior, a atividade do turismo, o número de pessoas empregadas no setor, a procura turística a nível externo e o endividamento das empresas são os indicadores que deverão aumentar nos próximos meses. De acordo com os membros do painel, o investimento público e a carga fiscal devem manter-se próximos da dinâmica do primeiro semestre de 2022.

No que se refere aos mercados interno e externo, é expectável que se mantenha a tendência de crescimento em todos os indicadores (turistas, dormidas, receitas e RevPar).

Segundo o painel do Barómetro, apesar da rápida recuperação do setor do turismo em Portugal, a inflação poderá comprometer esta tendência de crescimento em 2023, na opinião de 45 por cento dos membros que responderam. Por sua vez, para 33 por cento, ainda é difícil prever que impactos poderá ter a subida de preços no desempenho do setor.

O anunciado aumento das tarifas das companhias aéreas poderá conduzir a uma diminuição do número de pessoas a viajar, na opinião de 63 por cento dos membros que responderam. Cerca de metade dos respondentes acreditam que o aumento das tarifas da aviação vai afetar o desempenho do turismo e 45 por cento apostam num aumento da procura por transportes alternativos, nomeadamente a ferrovia.

Sendo a falta de mão de obra no turismo uma das principais dificuldades assumidas pelos empresários do setor, o Barómetro inquiriu o painel no sentido de compreender quais as principais medidas que podem ajudar a colmatar o défice de mão de obra no turismo em Portugal. Melhorar as condições de trabalho (35 por cento), desenvolver uma estratégia de captação de RH externos (18 por cento), apostar e reforçar a formação e qualificação profissional (17 por cento) e reconhecimento dos colaboradores, através de políticas de retenção de talentos (9 por cento), foram as principais ações propostas pelos membros.