No Corinthia Hotel Lisbon “o segmento das reuniões está a mexer”

O MICE é um dos principais segmentos do Corinthia Hotel Lisbon que quando questionado, pela Message in a Bottle, se a crise do Covid-19 será um “fim ou um novo começo?” para a indústria das reuniões, confia que elas vão sempre existir, virtual e presencialmente, e admite que no seu caso, contra todas as expectativas, “o segmento está a mexer”. 

No início de março acreditava-se que 2020 “ia ser o melhor ano de sempre” e o Corinthia preparava-se para vender 42.000 noites e realizar uma panóplia de reuniões, com grupos de cerca de 250 a 300 pessoas, ao longo de todo o ano. Até que se decretou o Estado de Emergência e Susana Martins, diretora e vendas e marketing, admitiu na última Tourism Talks que 16 de março “foi o dia mais complicado da minha vida quando tudo se começou a desmoronar”. Em apenas três dias, a 18 de março, o hotel teve de fechar portas com todos os cancelamentos registados.

A diretora de vendas e marketing entende que “ninguém poderá dizer quão rápida vai ser a retoma” mas avança que “curiosamente o segmento das reuniões está a mexer”, com 95% dos grupos a revelar intenções de remarcar os eventos a partir de setembro, para o 2.º semestre do ano. No seu entender, as remarcações indicam que “o próximo ano vai ser um bom ano”.

Ainda assim, também se registam alterações nas remarcações face às “incertezas do mercado”, atenta Susana Martins, nomeadamente, no que respeita à própria legislação e ao transporte aéreo. Muitos clientes do segmento MICE referem até uma “cláusula covid” que lhes permita cancelar contratos, sem quaisquer prejuízos, em caso da situação do vírus se agravar futuramente.

Segundo a responsável, “o próprio negócio em si e a forma como fazemos reuniões vai-se alterar”, com a combinação do virtual com o presencial que pode “acrescentar valor à reunião”. Para Susana Martins, “os dois podem conviver perfeitamente e complementam-se”. O certo é que “as pessoas vão querer continuar a fazer reuniões e isso é importante” pois, tal como disse o investidor Warren Buffett, citado por Susana Martins, “You will never see eye-to-eye if you never meet face-to-face”.