“Nos próximos anos o que se vê é um mundo hibrido” na distribuição turística

“Se pensarmos bem, o que as companhias aéreas estão a querer fazer com o NDC é diferenciar-se, para terem melhores margens. É verdade que não há empresário nesta sala que não possa dizer que isso é uma necessidade legítima, todos querem diferenciar-se para terem melhores condições de negócio.” Cláudio Santos, diretor comercial da Amadeus em Portugal, foi convidado a participar na mesa-redonda promovida no âmbito da Convenção da Airmet (da qual a Ambitur fez parte como moderador), este fim-de-semana, na Figueira da Foz. O mote foi “Os novos desafios da distribuição turística” e o responsável abordou algumas das questões que têm agitado o sector da distribuição das agências de viagens pela Europa e especificamente em Portugal.

Para o responsável, o paradigma da distribuição turística está a mudar e a questão que se coloca é: como vão os agentes de viagens reagir e se comportar perante isso e como vai ser o modelo de remuneração das agências para o futuro? “Uma das coisas que foi mencionada (durante o painel) é o que nos pode fazer ter uma margem melhor ou nos pode diferenciar perante o cliente, ou seja, a questão centra-se em como nos conseguimos diferenciar na apresentação do nosso produto”, indica Cláudio Santos. Para o responsável “se pensarmos bem, o que as companhias aéreas estão a querer fazer com o NDC é diferenciar-se, para terem melhores margens. É verdade que não há empresário nesta sala que não possa dizer que isso é uma necessidade legítima, todos querem-se diferenciar para terem melhores condições de negócio”. Mas, indica o responsável, por outro lado, “olhando para o nosso chapéu de provedor de soluções para as agências de viagens, entendemos que (isso possa impactar) o valor da cadeia da distribuição turística”. Sendo assim, “enquanto GDS, intermediários do modelo de distribuição, entendemos que o modelo de distribuição através das agências de viagens é o mais eficiente”. Nesse sentido, defende Cláudio Santos, “enquanto agências de viagens preocupem-se com o modelo de remuneração, mas muito mais com o valor agregado e diferencial que estão a prestar aos vossos clientes. Aquele que entregar um valor diferencial ao seu cliente mais que sobreviver vai ter sucesso, seja qual for o seu modelo de negócio”.

Para o responsável, “falamos muito fortemente em NDC porque estamos numa parte relativa da Europa onde essa iniciativa está mais avançada. Mas nos próximos anos o que se vê é um mundo híbrido, com companhias a utilizar o NDC e outras a manter o modelo tradicional, sendo assim acreditamos que o GDS vai ser o melhor caminho”. Acredita Cláudio Santos e que “este é um desafio para as agências de viagens e é nisso que vamos trabalhar. Entendemos que a complexidade para o agente de viagens aumentou e vai continuar aumentando, com cada vez mais fontes de conteúdo, o nosso trabalho daqui para a frente vai concentrar-se e apresentar às agências todo esse conteúdo da melhor forma possível, para que o agente de viagens consiga fazer o seu trabalho como sempre fez. Esse é o nosso foco”. Acrescenta o responsável da Amadeus que, desta forma, o agente de viagens “possa comparar os conteúdos, combiná-los e entregar as melhores opções para os seus clientes. Se isso continuar a ser feito, mantemos o nosso valor e ninguém se precisa de preocupar com o modelo de negócio do futuro. Se entregarmos valor para o cliente final, não importa qual o modelo, vamos ter sucesso”.

Este artigo faz parte de um conjunto que a Ambitur irá publicar ao longo desta semana sobre a Mesa Redonda “Os novos desafios da distribuição turística” que juntou Francisco Teixeira –Country Manager at Royal Caribbean; Fernando Bandrés – Soltrópico TO General Manager; Miguel Quintas – CEO at Consolidador.com; Gavin Eccles – CCO at SATA; e Patrick Hedley – Country Manager at Lufthansa Group. A Ambitur juntou-se a este painel como moderador e a este lote de convidados.

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