Nova administração quer “tornar a TAAG numa empresa eficiente”

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola foi a patrocinadora Premium do Portugal Exportadores 2018, que decorreu na passada quarta-feira, dia 14 de novembro, no Centro de Congressos de Lisboa. Angola foi o mercado em foco neste evento e a Ambitur.pt esteve à conversa com o atual presidente da Comissão Executiva da TAAG, Rui Carreira.

Com 34 anos de aviação, o percurso de Rui Carreira como piloto durou 22 anos. “Os restantes têm sido em posições de gestão na TAAG e no órgão regulador de aviação civil em Angola”. A ocupar, atualmente, o cargo de presidente da nova administração da companhia angolana, o dirigente considera que a TAAG, “nestes últimos três anos, tem demonstrado sintomas de que há problemas”, uma vez que “mudou de administração três vezes”, acrescenta. Neste momento, Rui Carreira aponta que o principal desafio é “fazer um diagnóstico profundo” de modo a “perceber o que se passa” e, a partir daí, “lançar uma estratégia que ajude a TAAG a desenvolver o país”. O transporte aéreo é “um instrumento do desenvolvimento e gostávamos que a TAAG fizesse parte desta empreitada”, explica. O atual presidente refere ainda um outro desafio premente: “tornar a TAAG numa empresa eficiente”. E, para isso, “estamos a perspetivar a renovação para ver se conseguimos aumentar a nossa rede de destinos”.

Sobre o mercado português, Rui Carreira afirma que “é o melhor do ponto de vista de voos internacionais”. Adianta ainda que a rota para Lisboa e Porto “é estável o ano todo e não sofre o fenómeno da sazonalidade. Há um tráfico étnico e há turismo de negócio”. Quanto à cidade do Porto, o dirigente refere que é uma boa praça “com três voos por semana”, adiantando que, no momento atual, “não existe necessidade de aumentar nem diminuir”. Quanto ao “Grande Turismo”, refere que “ainda não existe e é muito incipiente” mas acredita que “vai crescer de forma paulatina”. Quando acontecer, Rui Carreira alerta que “teremos de aumentar o número de voos porque neste momento já estamos muito próximos de um ponto de saturação”. Segundo o diretor, na estratégia de desenvolvimento daquele país africano, “sabemos que há um ‘namoro’ de Angola com o empresariado português para investir diretamente em Angola” e, claro, a “necessidade de viajar vai aumentar”. Assim sendo, o desafio é “conseguir captar o tráfego e fidelizá-lo”, refere.

Na Europa, a transportadora aérea angolana faz voos para Lisboa e Porto. No entanto, a TAAG está presente em vários países europeus através do acordo de codeshare com outras companhias. Rui Carreira  cita a “Lufthansa, Air France, KLM, Brussels Airlines” como alguns exemplos. O dirigente ambiciona um objetivo para o futuro: “queremos fazer destinos europeus”. Mas, para isso, é “preciso mais aviões e mais tripulantes”, refere. “O trabalho de casa está a ser feito e, a médio-longo prazo, vamos ‘atacar’”.

Para já, a companhia não prevê a entrega de aviões em 2019. No entanto, “vamos reforçar a nossa frota” para os voos domésticos e para os voos regionais (mercado africano) e “vamos comprar novas aeronaves de diferentes tipos”, explicando que, para “atacar” os voos domésticos, vão ser adquiridos aviões do tipo “turboélice” e aviões do tipo “a jato” de médio curso para “atacar” os voos regionais.

Sobre a nova administração da TAAG, Rui Carreira refere que “ainda estamos numa fase prematura. A TAAG transformou-se de uma empresa pública em sociedade comercial”. O representante destaca a importância de “um encontro entre acionistas” de modo a que “se definem os objetivos” para que “nós, gestores, os possamos transformar em plano de negócio”, conclui.