Novo CEO da TAP diz ser vital ter “bom senso e calma” para tomar decisões no atual contexto

O novo presidente executivo da TAP, Ramiro Sequeira, afirmou hoje ser vital ter “bom senso e calma” para tomar decisões num contexto de retoma “muito lenta” do setor da aviação nos próximos anos. “É vital ter o bom senso e a calma para tomar decisões que têm que ser tomadas, em conjunto com todos os trabalhadores, com os sindicatos e com todos os stakeholders. Mais do que elaborar um bom plano e mostrá-lo a Bruxelas, o que é muito importante, é poder implementá-lo e este dar resposta, nos próximos três ou quatro anos, à retoma que desejamos”, disse Ramiro Sequeira, numa comunicação aos trabalhadores a que a agência Lusa teve acesso.

O gestor lembrou, a propósito, que as previsões da procura para 2021, feita pela IATA e pela Eurocontrol, são de 55% a 60% da procura de 2019, no melhor dos cenários, ou seja, “uma curva de retoma muito lenta para os próximos anos”.

Ramiro Sequeira recorda também que a companhia “está a viver um momento único” e disse que as principais prioridades da TAP para os próximos meses são retomar a operação de forma segura e sustentável e finalizar um plano de reestruturação que seja, simultaneamente, um verdadeiro plano de recuperação da TAP.

Para Ramiro Sequeira é fundamental retomar a operação de forma “totalmente segura”, mas também de forma sustentável, entre o desafio de planificar “mês a mês”. “Estamos a operar apenas 30% do que era suposto e esta é uma medida consciente, porque não podemos operar voos que não sejam rentáveis ou que tenham pouca ocupação, o que colocaria a TAP numa posição ainda mais difícil”, destaca o presidente executivo, lembrando que os principais mercados, Brasil e Estados Unidos da América, estão ainda com duras restrições, diminuindo, consequentemente, a procura, agravada também pela baixa procura nas ligações de médio-curso, onde a TAP está exposta a uma maior concorrência das companhias low-cost.