Novo Fundo de Desenvolvimento Turístico destina-se a “projetos para a cidade”

Por estes dias, Lisboa é um polo de atratividade de turismo. Mais do que isso, o crescimento do número de estrangeiros é um desafio para a cidade de Lisboa a diversos níveis, nomeadamente transportes e hotelaria. Mas nem só de turistas se faz a capital portuguesa e, nesse sentido, a Câmara Municipal decidiu avançar com um Fundo de investimentos que vai financiar a renovação e a criação de novos pontos turísticos.

O Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, criado através das receitas geradas pela Taxa Turística que se aplica às dormidas na hotelaria e outras formas de alojamento para o turismo, irá promover o financiamento de uma série de projetos que representam cerca de 33,7 milhões de euros até 2019, dos quais 18,2 milhões suportados pelo Fundo e 15,5 milhões por outras entidades.

Já aprovados encontram-se os projetos de finalização e intervenção do Palácio Nacional da Ajuda, o Museu Judaico de Lisboa, o Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril, o Terminal de Atividade Marítimo-Turística na Antiga Estação Fluvial Sul e Sueste, localizada junto à Praça do Comércio, o Polo Descobrir e Lojas com História. Seguir-se-ão outros projetos como a criação do núcleo museológico dos Descobrimentos, a dinamização do Museu do Azulejo a valorização do Eixo Central (Avenida da Liberdade – Entrecampos) e a modernização e melhoria da sinalética turística.

Na conferência de imprensa, realizada ontem, dia 29, esta “parceria única” reúne Câmara Municipal de Lisboa, Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), representada pelo seu presidente Raul Martins, Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), através do seu diretor-geral José Manuel Esteves e Associação Turismo de Lisboa (ATL), representada por Vitor Costa, diretor-geral.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina referiu que este fundo significa “investir num futuro mais sólido e duradouro” e que mais do que a taxa, este fundo resulta de uma “parceria única” e que são “projetos para cidade e não apenas para turismo”. Alerta no entanto, que Lisboa não é uma cidade com “turismo a mais e que a seu entender, “não há dicotomia entre o desenvolvimento do turismo e o desenvolvimento da cidade”, visto que não se trata de “antagonismo, mas sim de complementaridade”.

Raul Martins, por seu lado, fez questão de referir que este tipo de projetos “melhoram a experiência e a qualidade da vida dos lisboetas”. “A AHP reconheceu que dada a projeção do turismo a necessidade de criar mais investimento, mais infraestruturas e desenvolver novas centralidades” , sublinhando que se deve “investir num produto quando este está em alta, garantindo na sua longevidade”.

José Manuel Esteves, como diretor-geral da AHRESP, ressalvou que a associação só aceitou fazer parte do projeto quando compreendeu a “missão esclarecida e pragmática” e pelo facto de que “a relevância e a dimensão destes projetos são inquestionáveis”. Mais do que isso, aproveitou a ocasião para sublinhar que no seu entender “é falso que Lisboa tem excesso de turismo” e “que estamos longe dos nosso mais diretos concorrentes internacionas, numa crítica aos “ruídos” que tentam fazer “do excesso de turistas, com especial enfâse no denominado alojamento local”.

As receitas da Taxa Turística, em vigor desde o início do ano, são da Câmara Municipal de Lisboa, sendo que o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa é gerido de forma autónoma por um Comité de Investimentos, do qual parte as associações acima referidas.