Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, esteve ontem em mais um almoço dos associados da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, e aproveitou a ocasião para anunciar o lançamento da 3ª edição do Programa Revive, um programa que está já em curso desde 2016 com o objetivo de recuperar património público, abrindo-o ao investimento privado.
Esta nova edição será lançada nos próximos 15 dias e contará com mais cerca de 15 a 20 novos imóveis, acrescentou o governante, sempre com a intenção de “promover o investimento”.
O anúncio integra-se numa das cinco prioridades do seu mandato à frente da pasta do Turismo, nomeadamente, aquela que se relaciona com o território e com a importância de “assegurar a preservação da matéria-prima do turismo”. A aposta passa por consolidar os destinos mais maduros mas também os menos desenvolvidos, o que remete para as regiões do interior. “Temos que ter mais interior nas políticas do turismo”, alertou Nuno Fazenda.
Salientando sempre que o turismo é um “setor de resiliência” que teve a capacidade de superar com sucesso e “crescimento assinalável” os tempos da pandemia, com um recorde histórico nas receitas em 2022, o secretário de Estado garante que “temos a ambição de fazer mais e melhor, de liderar o turismo do futuro, para que seja mais sustentável e mais coeso”.
Assim, entre as restantes prioridades políticas, destacou que é fundamental atuar na área dos recursos humanos, tendo para isso uma agenda para a qualificação e atração de talento, que visa dignificar e valorizar os profissionais do turismo. “Queremos fazer «matching» entre as empresas e a disponibilidade para trabalhar, uma plataforma entre a procura e a oferta”, esclareceu. E aí saudou o acordo com a CPLP mas adiantou que “queremos agilizar ainda mais a questão dos vistos, pois temos de trazer mais pessoas de fora do país”.
Uma segunda prioridade são as empresas, que têm de estar “na linha da frente da nossa ação política”. No imediato, e como já tem vindo a afirmar em outras intervenções, Nuno Fazenda salientou o pagamento, no âmbito do programa Apoiar Turismo, de 70 milhões de euros a mais de 22 mil empresas, cumprindo-se assim o acordo de concertação social. E falou ainda, dentro desta medida, da questão dos transportes turísticos, no sentido de que o Governo irá lançar um aviso para enquadrar as empresas que ficaram de fora. Lançado foi também o Consolidar +Turismo, a pensar nas micro e pequenas empresas do setor, cujas candidaturas abrem a 1 de fevereiro. Já no longo prazo, o governante lembrou que o próximo ciclo de fundos europeus terá o maior pacote de sempre, de seis mil milhões de euros.
Outras prioridades passam pela transição climática e digital, bem como pelo reforço da promoção da marca Portugal e das suas regiões. Neste último ponto, o responsável explicou que, no final de dezembro de 2022, foi estabelecido um protocolo de promoção externa de mais 20 milhões de euros com as diferentes regiões, e que se procedeu já ao pagamento de 50% desse montante para “garantir estabilidade”. Neste ponto, Nuno Fazenda fez questão de apontar também a importância de recuperar a conectividade aérea.
Por Inês Gromicho