“O Brasil é o mercado número 1 para a TAP e vai continuar a ser porque o investimento é forte”
No contexto do Festuris Gramado, que decorreu entre 6 e 9 de novembro, no Rio Grande do Sul, Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, esteve reunido com a imprensa e garantiu que “o Brasil é o mercado número 1 para a TAP e vai continuar a ser porque o investimento é forte e porque nos consolidámos enquanto companhia, que é vista com muito carinho pelos brasileiros”.
A verdade é que a TAP já voa para o Brasil há 60 anos e tem continuado a expandir a sua rede neste país. Dia 1 de abril retomou a rota Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, para onde conta, atualmente, com três frequências. Mas o responsável admite que, não fossem os constrangimentos de frota, a companhia avançaria com, pelo menos, mais uma frequência, não necessariamente durante todo o ano, mas em determinados períodos. No entanto, reconhece que “a prioridade da TAP, com a privatização, deva ser aumentar a frota, que depois será alocada onde houver oportunidade”, pelo que admite não saber se Porto Alegre será uma dessas prioridades. Nesta rota, 75% dos passageiros são brasileiros e 9% são portugueses.
Já a rota de Lisboa para Florianópolis, ativa desde setembro de 2024, “está a funcionar bem” com as três frequências e Carlos Antunes assegura que os voos de Porto Alegre e Florianópolis “não se canibalizam, convivem muito bem e estão em dias alternados”. Adianta que esta rota foi “uma muito boa surpresa”, com fatores de ocupação “muito bons” e com os clientes com uma boa perceção do produto. “É uma rota muito bem sucedida e já atingimos um nível de consolidação muito bom”, frisa. Em Florianópolis, 65% dos passageiros são brasileiros e 12% já são portugueses.
Já Curitiba, capital do Paraná, “é uma solução criativa” e o diretor da TAP refere que “sempre olhámos para este destino com muita atenção há vários anos”, tendo anunciado finalmente este mês que a nova rota arranca dia 2 de julho de 2026, com as vendas disponíveis a partir desta terça-feira, dia 11 de novembro. O problema, explica Carlos Antunes, é que a pista deste aeroporto não permite que o avião da TAP descole cheio de passageiros e de carga diretamente rumo a Lisboa, pelo que quando sai de Curitiba faz uma paragem de cerca de uma hora e meia no Rio de Janeiro, onde é abastecido, e depois segue para Lisboa. O Rio de Janeiro conta assim com 12 voos para Lisboa, um dos quais de Curitiba e dois para o Porto.
“Desta forma, chegamos ao máximo de voos que já tivemos e ao máximo de destinos que já tivemos no Brasil”, explica o responsável.
Um programa importante para o mercado brasileiro acaba por ser o Stopover, que permite aos passageiros ficar uma ou duas noites em Portugal. De acordo com a informação transmitida, os brasileiros representam já 49% dos passageiros do programa, seguindo-se os norte-americanos.
Carlos Antunes garante que a TAP tem uma lista de oportunidades e de números que vai atualizando frequentemente e “acreditamos que ainda há oportunidades no Brasil a serem exploradas, talvez não necessariamente os sete dias por semana, talvez não necessariamente voos diretos, mas com soluções criativas”. Sáo Luís do Maranhão poderá ser uma hipótese, e o responsável acrescenta que a companhia tem trabalhado com o destino para identificar alguns modelos do que poderia vir a ser uma colaboração futura.
Se, no ano passado, a TAP transportou, entre o Brasil e a Europa, dois milhões e 54 mil passageiros, o diretor indica que “a nossa expectativa este ano é ultrapassar esse recorde já no dia 14 de dezembro”.
Relativamente aos Estados Unidos, Carlos Antunes aponta que Los Angeles foi “uma surpresa muito positiva”. Tendo começado como rota sazonal, entre maio e outubro, a verdade é que “nós já acreditávamos, mesmo antes de o voo começar, que ela pudesse vir a ser anual”. E assim aconteceu: são atualmente quatro voos por semana, no verão europeu, e três voos semanais no inverno.
O Boston-Porto foi bom durante o verão e, no próximo ano, vai regressar, com a expectativa de que possa funcionar também durante o inverno.
Miami também uma rota boa e “onde temos um maior equilíbrio, nos EUA, entre os portugueses, europeus e norte-americanos”.
Carlos Antunes explica que os passageiros norte-americanos são bem qualificados em termos de poder de compra e, sendo Portugal um país pequeno, é importante trazer estes turistas e “transformar Portugal cada vez mais num destino, e utilizá-lo como hub”.
Por A.M., em Gramado, a convite da TAP e do Festuris Gramado.