Os museus e monumentos do Norte ultrapassam 1,8 milhões de visitantes, o diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte, em entrevista dá conta da estratégia seguida pelo organismo.
Qual tem sido a ação estratégica da Direção Regional de Cultura do Norte?
Herdeira da gestão de um legado patrimonial e imaterial inigualável, a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) tem sabido estabelecer parcerias com o poder local e a sociedade civil, que visam a requalificação, reconversão e valorização de um importante conjunto de bens patrimoniais. Como resultado corelacionado, temos
assistido a um acréscimo significativo do número de visitantes ao longo dos últimos anos. Em 2018, ultrapassamos, pela primeira vez, o registo de 1,8 Milhões de visitantes nos museus e monumentos geridos pela DRCN, o que muito nos satisfaz.
A Região Norte tem potencial turístico para continuar a crescer?
A região Norte do País tem um património riquíssimo que resulta da sua diversidade geográfica, mas também da própria História e vivências locais. Se ao património edificado juntarmos todos os outros elementos distintivos da nossa herança cultural, poderemos afirmar que estamos perante um vasto território cujo potencial turístico assenta, não só, mas também, no dinamismo cultural.
Qual a missão principal da Direção Regional de Cultura do Norte?
A DRCN é responsável pela gestão de vários museus, mosteiros e igrejas, castelos e estações arqueológicas. Essa gestão implica, para além da sua salvaguarda e manutenção do ponto de vista da conservação e valorização dos edifícios, também a promoção de trabalhos de investigação e inventariação do património existente, bem como a sua dinamização através da realização de iniciativas e eventos que potenciem a sua fruição pelo público, que é, no fundo, o nosso objetivo último. A herança patrimonial deve ser protegida e salvaguardada, mas esse trabalho só faz sentido se daí resultar uma mais-valia para as regiões onde se inserem e se as populações (locais ou não) delas puderem usufruir.
Assim sendo, como se efetiva essa missão no terreno?
A DRCN tem a sua atividade dividida em quatro grandes áreas de atuação: intervenção e salvaguarda do património; investigação; dinamização cultural e turística; promoção da cultura em geral através dos diferentes canais que tem ao seu dispor e de uma relação articulada e de proximidade quer com as autarquias locais, quer com todos os outros agentes culturais que desenvolvem a sua atividade na região.
Todo este trabalho é feito num território geográfico com características únicas e onde, por exemplo, existem quatro locais classificados como Património Mundial pela UNESCO: o Centro Histórico do Porto, o Centro Histórico de Guimarães, o Alto Douro Vinhateiro e o Sítio de Arte Rupestre Pré-Histórica do Vale do Côa. Esta diferença de paisagem cria movimentos culturais muito significativos e cativa também públicos muito heterogéneos.