“O português não é o tipo de pessoa que compra cycling ou walking”

Ficar de “braços cruzados” à espera de “fundos europeus ou de fundos perdidos” não faz parte da política da Bike Tours Portugal, que opera exclusivamente para o mercado externo. No decorrer do webinar “Alentejo no Horizonte”, promovido pela Ambitur e que contou com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, André Martins, gestor da Bike Tours Portugal, considera que, se houvesse apoios, “nunca iriam chegar a tempo”, estando a empresa “consciente” de toda a situação e a “readaptar e a desenvolver  novos produtos”.

O português nunca fez parte do “core” da empresa: “Nunca fizemos um cliente português”, diz o gerente, sublinhando que “não é o tipo de pessoa que compra cycling ou walking” mas sim “aquilo que precisa, como um hotel, um restaurante ou um visita a uma adega”. Se “o português quer andar de bicicleta traz a bicicleta”, vinca André Martins, reforçando que comprar este tipo de produto “não passa pelos interesses” dos mesmos.

Num momento marcado pela “incerteza”, a Bike Tours Portugal desenvolveu, durante o mês de abril, um inquérito destinado ao mercado nacional no qual obteve uma amostra de cerca de 3800 respostas. O objetivo foi perceber quais as perspetivas dos portugueses relativamente às férias ligadas ao turismo de natureza. As conclusões deram conta de que “as pessoas tinham interesse em fazer férias de turismo de natureza e aventura” durante “dois a três dias”, diz o responsável, acrescentando que, em termos de valores, “estariam dispostas a pagar 150€ a 190€”. É com base nestas conclusões que a Bike Tours Portugal está a trabalhar e, em parceria com outras entidades, estão previstos serem lançados 30 novos programas por todo o país, com a ressalva que “julho, agosto e setembro” são meses parados para este operador de cycling.

[ot-video][/ot-video]