“Trabalhar, liderar e recuperação” são palavras que unem os vários intervenientes turísticos portugueses que Ambitur.pt ouviu durante a edição da FITUR – Feira de Turismo de Madrid, que decorre na capital espanhola até ao próximo domingo.
Para Vítor Silva, presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (na foto acima), nesta edição a Fitur é a feira possível nas circunstâncias em que estamos. “É evidente que os espanhóis têm sido muito teimosos na sua realização, em 2019 ocorreu ainda antes de a pandemia ter assolado a Europa, o ano passado até à última hora tentaram que se realizasse em janeiro, depois acabaram por adiar para maio. Esta edição foi muito fraca, pela afluência que havia de destinos internacionais e empresas”. Mas, em 2022, algo terá mudado. Para o responsável, se “este ano é também a feira possível, esta está melhor que a do ano passado”. Realça o responsável que “não se compara ainda com as realizadas até 2019, na parte internacional e nas empresas. Agora relativamente às expectativas que tinha, esta está melhor do que eu esperava. O que se verifica é uma grande vontade de todos retomarmos a atividade, o que a FITUR demonstra é a grande vontade que o setor tem de trabalhar”.
Por seu turno, Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), refere que “esta não é uma FITUR normal, vamos ser claros, não esperávamos uma FITUR normal. Mas é uma FITUR muito diferente da anterior para melhor, isso é bom; não sendo uma normal do ponto de vista da procura, do ponto de vista das empresas portugueses é quase uma FITUR normal, estamos cá todos, esse é um dever e o primeiro passo desta caminhada: liderarmos a recuperação através da normalização da nossa atuação”. Realça ainda o entrevistado que “todos nós, no stand de Portugal, estamos a trabalhar como em 2019, só não estamos a enfrentar a mesma procura, mas temos de a criar também e fazer isso é estar aqui como se estivéssemos em 2019”.
Pedro Machado, presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Centro, destaca que “nesta edição de 2022, relativamente à experiência que tivemos em maio do ano passado, percebe-se que há uma dinâmica, uma vontade expressa quer do trade, em particular dos operadores, em reanimar e poderem contribuir para esta recuperação, que acredito que possa acontecer já a partir da Páscoa, a 17 de abril”. Para o interlocutor, “este é um momento de grande afirmação de Portugal no mercado espanhol, muito particular de grande afinidade e tradição. Também me parece que há uma extraordinária recetividade daquilo que é dado aqui a constatar, quer das várias reuniões que tivemos, quer do ponto de vista daquilo que é o interesse dos próprios operadores espanhóis avançarem para Portugal”. Sendo assim, conclui o responsável que “isso são sinais francamente positivos que podem deixar ficar aqui também um balão para que a BTL possa vir a acontecer, uma vez que a feira de Berlim foi cancelada, assim como alguns eventos que tínhamos previstos (na Região Centro) para março, como o caso do workshop do turismo religioso que foi adiado para junho. Depois da experiência da FITUR, a BTL tem condições físicas e objetivas para poder acontecer, que nos ajude as rotinas que aqui já estamos a ter”.