O que é preciso afinal para se ser um bom diretor de hotel?

Garantem ser apaixonados pela profissão, esforçam-se por se manter atualizados sobre o setor, no país e no mundo, e assumem que aceitar o desafio da “direção” é abrir mão de parte do significado da palavra “disponibilidade” no campo pessoal. A Ambitur foi ao encontro dos diretores da hotelaria nacional que, desde 2013, têm vindo a ser distinguidos pela ADHP.

Manuel Pinto é um deles, e foi o primeiro a ser distinguido com o prémio de melhor diretor de hotel, no ano de 2013, ou seja, 33 anos depois de ter ingressado nesta atividade, que teve estreia no Hotel Equador, em Cascais. Assumindo-se como uma pessoa ambiciosa profissionalmente, Manuel Pinto integrou o primeiro curso de direcção da Escola de Hotelaria de Lisboa em 1974/5. Em 1993 ingressa naquela que ainda hoje é a sua “casa” e onde, muito antes de ter estudado, foi mandarete, o Hotel Mundial. O mesmo prémio foi entregue, no ano seguinte, a António Machado.  Formado em Gestão Hoteleira pela Escola de Hotelaria e Turismo do Porto e com um curso de Graduação em Direção Hoteleira, o profissional integra a equipa do grupo Visabeira há já 15 anos. Este ano foi a vez de Miguel Breyner. Formado em Gestão e Técnica Hoteleira pela Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, o responsável, que iniciou a sua carreira profissional nas Pousadas de Portugal, onde se manteve durante 15 anos, é hoje o diretor geral do Évora Hotel.

Quando lhes perguntamos o que é ser um diretor de hotel são peremptórios: é ser a “alma e o ser” da unidade, pois, de acordo com António Machado, o hotel “será sempre o reflexo da personalidade de cada um dos profissionais que assume a direção da mesma”. É, segundo Manuel Pinto, ser conhecedor “do que representa um cliente para a empresa, saber o que são os recursos humanos, é ser alguém que tenha o sentido da inovação, da criatividade e que permanentemente esteja atento às mudanças nos mercados e nos segmentos de mercado”. Miguel Breyner acrescenta: “é como um estilo de vida, é um trabalho muito intenso, envolve muito a vida pessoal, o sacrifício da família, pois não temos horários. Trabalhamos quando a maioria está de férias. Todos os dias são diferentes. Quem pensa que ser diretor de uma unidade hoteleira é estar sentado num belo gabinete, analisar relatórios e dar as ordens, está redondamente enganado”.

Francisco Loureiro terminou recentemente a sua licenciatura em Gestão Hoteleira no Instituto Politécnico da Guarda, no entanto, a sua experiência profissional conta com vários capítulos desde 1984. Começou no Montebelo Viseu, onde passou por todas as funções até chegar a chefe de receção. Mais tarde  abraçou a direção no hotel Príncipe Perfeito, assumiu o cargo de diretor operacional das unidades do grupo, estando atualmente, no seio do mesmo grupo, a exercer funções de diretor geral do turismo nacional e nas suas ramificações hoteleiras e de restauração. Foi este ano galardoado com o prémio de “Melhor Jovem Diretor”. Ainda que com  menos anos de experiência, o profissional lembra que o diretor deve também “acompanhar os eventos, antes e durante a sua realização, com a certeza de que nada falha em toda a logística operacional. Num prisma mais de análise de resultados, o papel do diretor é crucial, pois é nesta análise que se confrontam custos/proveitos e que se tiram conclusões importantes por forma a manterem-se ou a alterarem-se as vias estabelecidas”.

Leia mais na edição nº284 da Revista Ambitur.