“O Turismo não é um elo fraco no sistema de incentivos”

Esta foi uma das conclusões de Jaime Andrez, ex-secretário de Estado do Turismo e atual presidente do COMPETE 2020, como orador convidado do último almoço mensal de associados da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que se realizou a 12 de outubro, na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra. Com sala cheia, Raul Martins, presidente da AHP, começou por referir que “um dos compromissos assumidos com os nossos associados foi descentralizar a nossa atuação e estar ainda mais próximos das empresas hoteleiras, é, por isso, uma honra para nós estarmos aqui hoje, em Coimbra”.

Para Jaime Andrez, “o turismo é um produto compósito que se divide em três grandes componentes: a animação turística, o alojamento e o transporte. A competitividade de um hotel está muito dependente da animação turística e do transporte e se as regiões têm infraestruturas, postos de turismo abertos ao fim de semana, museus, oferta alargada de gastronomia, animação e programas culturais. Estes fatores competitivos, muito alargados, têm impacto nas empresas e nos investidores na hotelaria”.

O responsável avançou ainda que “um debate importante é a tipologia de inovação que se pode ter na hotelaria como complemento de um produto turístico. O Turismo não é um elo fraco no sistema de incentivos”. O gestor do COMPETE adiantou, em comentário às intervenções do Gabinete de Apoio ao Investidor & Empresário da AHP, que “se verificarmos os apoios ao Turismo no QREN envolveram um investimento de mais de 1000 milhões de euros e de incentivos superiores a 500 milhões de euros e, só até agora, no âmbito do COMPETE 2020, foram apoiados já 200 milhões de euros de investimento, 100 milhões de incentivos.”

O almoço terminou com o compromisso de haver uma parceria mais efetiva entre o COMPETE 2020, a AHP e os seus hoteleiros para que haja uma maior proximidade com os sistemas de incentivo.

Por sua vez, o presidente da AHP destacou ainda que “voltámos a bater recordes tanto ao nível de taxa de ocupação e como dos preços, no primeiro semestre. Lisboa, Algarve, Porto ou a Madeira têm os melhores resultados, mas a média nacional, em especial na Região Centro, é inferior ao nível que assegura a sustentabilidade económica das nossas empresas. Se Portugal, no primeiro semestre, registou uma taxa de ocupação nos hotéis, de 63,2%, na hotelaria da Região Centro ficámos muito abaixo, com 45,9%”. “Só há uma forma de aumentar a taxa de ocupação: trazer mais turistas e posicionar o Centro como destino diferenciador, onde são desenvolvidos projetos inovadores e de grande qualidade, como está de facto a acontecer”, concluiu o responsável.

O próximo almoço de associados da AHP realizar-se-á em dezembro, em Lisboa, e terá como convidado Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal.