OMT: “A emergência climática é uma ameaça maior do que a Covid”

O secretário geral da Organização Mundial do Turismo já alertou que “a emergência climática é uma ameaça maior do que a Covid”. Zurab Pololikashvili assinalou que a pandemia afetou o turismo com maior gravidade do que a qualquer outro setor. O turismo necessita de apoio dos governos para reconstruir-se de forma sustentável e inclusiva, e este apoio deve prestar-se através de alianças público-privadas mais sólidas e maiores e mais bem orientados investimentos financeiros.

Foram comentários feitos durante a Cimeira de Ministros da OMT, WTTC e WTM, celebrada no segundo dia da WTM London, na qual os ministros do Turismo de todo o mundo debateram sobre os investimentos no futuro sustentável do turismo.

“Esta cimeira oferece-nos a oportunidade de reforçar a sensibilização e a sustentabilidade”, afirmou.

E explicou aos delegados que a recente Declaração dos Líderes de Roma, emitida pelo G20, sublinha especificamente a necessidade de recuperar as viagens e o turismo, o que ajudará as economias em desenvolvimento.

Além disso, o secretário geral da OMT disse que o investimento público “impulsionará e animará” o investimento privado em todo o mundo, acrescentando que “o turismo pode melhorar se os governos lhe derem o apoio adequado”.

“Regressar à antiga normalidade não é uma opção”, sublinhou.

Zurab Pololikashvili disse ainda que o turismo representa uma oportunidade de investimento livre de riscos e destacou a necessidade de investir na educação e nos jovens no caminho para as zero emissões.

Na Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26), a OMT, a WTTC e outros players do turismo e das viagens vão apresentar amanhã, dia 4 de novembro, oficialmente a Declaração de Glasgow sobre a ação climática no turismo.

A WTTC também está a planear apresentar o roteiro para a neutralidade climática das viagens e do turismo, para ajudar o setor a combater as alterações climáticas, como parte do impulso para a redução das emissões a zero até 2050.

Julia Simpson, presidente e CEO da WTTC; declarou: “não temos alternativa: temos de passar a ser verdes”. Disse também que o crescimento sustentável é uma prioridade-chave para a WTTC e acrescentou: “os investidores e o público exigem que invistamos para proteger o planeta e as pessoas. Devemos investir para assegurar que os destinos são lugares fantásticos para viver e não apenas para visitar”.

Rita Marques, secretária de Estado do Turismo portuguesa, explicou como o país está a investir em serviços verdes e novas formas de desenvolver o turismo em todas as estações do ano.