De acordo com a mais recente edição do Barómetro Mundial do Turismo da OMT, cerca de 54 milhões de turistas atravessaram fronteiras internacionais em julho de 2021, menos 67% do que em igual mês de 2019, mas os resultados mais altos desde abril de 2020. Comparam com as cerca de 34 milhões de chegadas internacionais registadas em julho de 2020, embora muito abaixo dos 164 milhões registados há dois anos.
A maioria dos destinos com dados de junho e julho de 2021 assistiram a uma retoma moderada das chegadas internacionais face a 2020. No entanto, 2021 continua a ser um ano desafiante para o turismo global, com as chegadas internacionais entre janeiro e julho a menos 80% do que em igual período de 2019. A região da Ásia Pacífico continuou a sofrer mais nestes meses, com uma quebra de 95% nas chegadas internacionais. O Médio Oriente (-82%) registou a segunda maior descida, seguindo-se a Europa e a África (ambas com -77%). As Américas (-68%) tiveram uma queda significativamente inferior, com as Caraíbas a mostrar o melhor desempenho. Entretanto, algumas ilhas pequenas nas Caraíbas, África e Ásia Pacífico, juntamente com alguns pequenos destinos europeus, registaram a melhor performance em junho e julho, com as chegadas a aproximarem-se, ou por vezes a superarem, os níveis pré-pandémicos.
Confiança nas viagens regressa lentamente
Esta melhoria foi sustentada pela reabertura de muitos destinos às viagens internacionais, sobretudo na Europa e nas Américas. O alívio de restrições para os viajantes vacinados, juntamente com o progresso na vacinação de Covid-19, contribuíram para aumentar a confiança dos consumidores e gradualmente restaurarem a mobilidade em segurança na Europa e em outras partes do mundo. Por outro lado, a maioria dos destinos na Ásia permaneceu fechado a viagens não essenciais.
O secretário geral da OMT, Zurab Pololikashvili, afirmou: “Existe claramente uma forte procura do turismo internacional e muitos destinos começaram a receber visitantes em segurança e de forma responsável. Contudo, a verdadeira retoma do turismo e os benefícios que traz, permanece em pausa já que regras e normas inconsistentes e ritmos de vacinação diferentes continuam a afetar a confiança nas viagens”.
Embora os destinos tenham continuado a registar receitas turísticas internacionais baixas nos primeiros sete meses de 2021, muitos tiveram uma ligeira melhoria em junho e julho, e alguns até ultrapassaram as receitas de 2019. Entre os maiores destinos, o México ganhou praticamente as mesmas receitas turísticas em junho de 2021 face a junho de 2019, e em julho aumentou 2%.
O mesmo se verifica nas viagens para o exterior. Entre os principais mercados, França (-35%) e os EUA (-49%) viram uma melhoria significativa em julho, embora o gasto turístico continuasse muito abaixo dos níveis de 2019.
As perspetivas para o período de setembro a dezembro de 2021 permanecem incertas, segundo o último inquérito da OMT ao Painel de Peritos, com 53% dos inquiridos a acreditarem que o período será pior do que esperado. Somente 31% dos peritos esperam melhores resultados para o final do ano. O inquérito também revela que a maior parte dos profissionais do turismo continuam a prever uma retoma impulsionada pela procura reprimida no que diz respeito ao turismo internacional em 2022, sobretudo durante o segundo e terceiro trimestres.
Quase metade dos peritos (45%) continua a prever que o turismo internacional regresse aos níveis de 2019 em 2024 ou mais tarde, enquanto 43% apontam para uma recuperação em 2023. Por regiões, a maior percentagem de peritos que apontam para uma retoma aos níveis de 2019 somente em 2024 ou depois, estão na Ásia Pacífico (58%). Na Europa, metade dos inquiridos indicam que isso poderá acontecer em 2023. No Médio Oriente estão mais otimistas, aguardando a recuperação total em 2022.