On the Job… Head of Procurement
A Ambitur.pt continua a acompanhar o setor hoteleiro em Portugal e inova uma vez mais com esta rubrica. On the Job é o mote para trazermos aos nossos leitores as muitas e diferentes funções que se desempenham hoje neste setor turístico, perguntando a quem as exerce que competências são necessárias para ocupar esses cargos e que valor acrescentado traz aos hotéis. Terminamos hoje esta rubrica com Ana Barbosa, Head of Procurement Portugal da Highgate.
Ana Barbosa está no grupo hoteleiro desde agosto do ano passado e considera que para exercer a sua função é fundamental pensamento estratégico e visão financeira, bem como criatividade e inovação.
Quando e como iniciou este cargo no grupo hoteleiro onde se encontra a trabalhar?
Iniciei este cargo em agosto de 2023, na Highgate Portugal. Sou responsável da área de Procurement, com negociação centralizada do grupo e suporte às 18 unidades hoteleiras sob nossa gestão. Foi uma mudança arrojada, após 15 anos no retalho. Entrar na área da hotelaria está a ser uma experiência completamente enriquecedora, onde aprendo bastante e o desafio é contínuo e empolgante.
Como é o seu dia-a-dia? Quais as funções e especificidades do seu cargo?
Como responsável de área, o meu dia a dia é bastante dinâmico e diversificado, com uma enorme variedade de tarefas e responsabilidades. Uma das funções mais críticas, para agregar valor ao grupo, é a de garantir novas e inovadoras soluções que otimizem as nossas operações, seja em custo ou em processo. Para que isso aconteça de uma forma orgânica, é essencial manter uma estreita colaboração com os nossos parceiros, comunicar de forma clara, manter a relação interpessoal saudável e negociar de forma ética e transparente. Uma parte significativa do meu dia é a cultivar essas relações e negociar melhores condições para a relação sustentada a longo prazo.
Sou igualmente responsável por avaliar impactos financeiros das várias propostas recebidas, assim como a avaliação de risco de cada um. É um dia bastante ativo e preenchido.
Está integrada ou lidera uma equipa? De quantos elementos e quem são?
As equipas diretas que trabalham comigo diariamente, cerca de 15 pessoas, estão integradas em cada unidade, onde fazem parte de uma equipa orgânica. Todos defendemos a mesma camisola, independentemente do local onde estamos a atuar e isso é algo que nos distingue e torna únicos. A hierarquia é clara, mas não é o que nos move. Quando temos um desafio em mãos, juntamo-nos e ultrapassamos, independentemente da equipa a que pertencemos ou do reporte hierárquico que temos.
Hierarquicamente, a quem tem de responder?
Tenho o enorme privilégio de reportar diretamente ao Sérgio Leandro. É uma estrutura muito rica, com o Alexandre Solleiro como CEO e vários outros nomes muito respeitados e desde sempre ligado à hotelaria, com muitos anos de experiência.
Com que outras áreas/departamentos do grupo hoteleiro tem de trabalhar para que a sua função seja bem sucedida?
Tendo em conta o objetivo final ser a máxima satisfação dos nossos clientes, diariamente nos relacionamos com todos os departamentos. Há necessidades efetivas de alinhamento com as equipas, seja ao nível mais operacional, como é o exemplo de F&B / Housekeeping – compras, apresentação de novos produtos, eficiência nos custos; Economato – garantir a receção e correto fornecimento dos produtos; ou, nas áreas mais estratégicas do grupo, como a Financeira – Pagamentos a fornecedores, controlo de custos; ESG – fundamental para garantir que os padrões de qualidade e sustentabilidade são respeitados e mantidos.
Todos fazemos parte de um todo, que só funciona da forma mais eficiente e assertiva se contribuirmos e formos responsáveis pela solução conjunta.
Que competências considera serem fundamentais para exercer este cargo?
Considero fundamental ter uma comunicação clara, assertiva e direta para manter as parcerias saudáveis, duradouras e acima de tudo interessadas em manter-se unidas. Ter atitude, respeito e palavra, para mim são valores fundamentais, e é algo que prezo muito na mesa de negociação.
O pensamento estratégico e a visão financeira são mais duas competências que considero críticas para a função, de forma a garantir uma avaliação cuidada e isenta para melhoria das condições e mitigação dos riscos.
Encontrar soluções criativas, inovadoras, pensar fora da caixa também faz parte daquilo que deve ser o nosso ADN.
Teve alguma formação específica para exercer esta sua função? Qual a sua formação?
Como formação académica sou Mestre formada em Gestão, pelo ISCTE. Fiz várias formações ao nível de negociação, liderança, gestão financeira em outras instituições renomadas de ensino, afim de garantir uma maior heterogeneidade de conhecimento.
Dei aulas durante quatro anos, sempre na área de gestão e, ajudou bastante a sedimentar alguns conceitos e a obrigar-me a estudar muito para me manter atualizada e partilhar o conhecimento da forma mais correta possível. Considero-me uma curiosa e gosto de me manter por dentro dos temas, em diversas áreas de atividade.
Que mais-valias traz este cargo para o grupo hoteleiro onde trabalha?
Na minha opinião, esta função desempenha um papel fundamental ao garantir a otimização dos processos de compra e negociação de produtos e serviços essenciais para as operações diárias, afim de contribuir com valor ao global do negócio.