Opinião: “A estruturação de produtos turísticos: experiência e importância do associativismo”

Por João Caldeira Heitor, coordenador Científico da Licenciatura em Gestão do Turismo do ISG – Instituto Superior de Gestão

A atratividade turística dos territórios advém da utilização e regeneração dos seus recursos, da sua identidade e do seu valor, na estruturação dos produtos turísticos.

O produto turístico constitui-se pela combinação de recursos naturais e culturais, pelas atrações, pelas atividades à volta de um interesse específico que proporcione uma experiência global para o visitante.

Os destinos, enquanto resultado do envolvimento e da cooperação dos seus agentes (municípios, associações, empresas), afirmam-se na união de sinergias que possibilitam experiências e vivências inesquecíveis, ofertas turísticas de excelência, em torno de produtos temáticos e transversais.

A ação empreendida pela Associação Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Jerusalém (OPCTJ) desde a sua constituição, em plena pandemia, no ano de 2020, é um bom exemplo de uma rede de parcerias associativas, empresariais e autárquicas relacionada com a temática templária. A OPCTJ, que tem por objeto a preservação e a emulação dos ideais históricos da antiga cavalaria do Templo de Jerusalém, desenvolve a sua atividade cultural e ação social, assumindo, cumulativamente, um papel determinante no turismo, enquanto instrumento de modelo de desenvolvimento regional integrado.

Ao estabelecer pontes entre os vários municípios, pertencentes às regiões de Lisboa e Vale do Tejo, do Centro, do Porto e Norte, cujos territórios e património estão especialmente ligados à história da presença templária em Portugal, a OPCTJ promove os produtos endógenos e o património material e imaterial de cada região e integra o motor de diferenciação e fidelização nas atividades ligadas ao turismo.

Neste caso, ao fomentar-se o desenvolvimento de um produto turístico de valor acrescentado (turismo cultural e turismo militar), proporciona-se a integração de experiências e fomenta-se um maior envolvimento dos agentes para a estruturação e criação de roteiros turísticos e destinos de acordo com os recursos de cada região.

Desta forma, transformam-se recursos em produtos turísticos diferenciados, com qualidade e identidade, inovadores e promotores da sustentabilidade através da preservação dos recursos e de apoio às comunidades que, em suma, projetam os territórios, em modelos de desenvolvimento em rede.