Neste artigo, Laurent Marchand partilha quatro formas práticas de os hotéis reduzirem consideravelmente os resíduos de plástico sem prejudicar a experiência dos hóspedes. Desde acessórios ecológicos a sistemas de recarga, Marchand revela como até as mais pequenas mudanças podem posicionar o seu estabelecimento como um líder na hospitalidade responsável do futuro.
Por Laurent Marchand, Diretor Executivo do Groupe GM
Todos os anos, o setor da hotelaria produz 150 milhões de toneladas de resíduos de plástico. Isto deve-se principalmente a artigos de utilização única provenientes do consumo de alimentos e bebidas, produtos de higiene pessoal e embalagens de roupa não sustentáveis. Uma vez que os viajantes dão cada vez mais prioridade à responsabilidade ambiental quando escolhem onde ficar, é necessário efetuar mudanças significativas.
A boa notícia é que a adoção de práticas de sustentabilidade não requer uma revisão completa das operações. Começa com escolhas ponderadas, especialmente em relação às comodidades dos hóspedes.
Aqui, estão quatro estratégias de impacto que o sector da hotelaria pode adotar agora mesmo para reduzir os resíduos e liderar o caminho do turismo sustentável.
1. Abandonar o plástico nas amenidades secas
Os dias das escovas de dentes e pentes de plástico estão contados. As empresas hoteleiras com visão de futuro estão a voltar-se para alternativas sem plástico – feitas de bambu, cartão de palha ou outros materiais de base biológica. Desde sabonetes de barbear sólidos e pastilhas de pasta de dentes a kits de costura de papel reciclável e chinelos de algodão, é possível proporcionar experiências de elevada qualidade aos hóspedes, reduzindo a zero a utilização de plástico.
E a melhor parte? Estas comodidades não sacrificam o estilo. Concebidas com elegância e funcionalidade em mente, alinham-se perfeitamente com a crescente procura de luxo ecológico.
2. Não esquecer a embalagem
Mesmo os produtos sustentáveis podem ficar aquém das expectativas se forem embalados em embalagens prejudiciais para o ambiente. A solução? Mude para embalagens recicláveis e de origem responsável. Pense em papel FSC não branqueado e tinta à base de soja. Estas opções não só reduzem o impacto ambiental, como também oferecem uma estética refinada e natural que os convidados irão certamente apreciar.
3. Adotar formatos maiores e sistemas de enchimento seguros
Os dispensadores de maiores dimensões não só são mais sustentáveis como também são mais económicos a longo prazo. Mas a segurança também é importante, especialmente na era pós-pandémica.
Os hotéis devem procurar sistemas de dispensadores que sejam selados, higiénicos e de origem transparente. Algumas das opções mais inovadoras no mercado apresentam atualmente bolsas de recarga seladas que eliminam os riscos de contaminação e utilizam significativamente menos plástico, até 97% menos do que as mini-garrafas. Com sistemas de recarga intuitivos e de troca rápida, estas soluções também reduzem a carga das equipas de limpeza.
4. Repensar totalmente os líquidos com cosméticos sólidos
Os cosméticos sólidos – como champôs em barra, amaciadores e lavagens corporais – estão a ter um momento de sucesso e por boas razões. Utilizam até nove vezes menos água durante a produção e eliminam completamente a necessidade de recipientes de plástico. Não só são ótimos para o planeta como também dão um toque único e artesanal à experiência do hóspede.
Para os hotéis que pretendem ir mais longe, existem programas que recolhem sabonetes usados e os reciclam para fins humanitários, reduzindo ainda mais o desperdício e apoiando causas importantes.
A sustentabilidade na hotelaria não é uma tendência: é uma responsabilidade. Ao dar prioridade a escolhas inteligentes e amigas do planeta nas comodidades dos hóspedes, embalagens e sistemas de reabastecimento, os hotéis podem reduzir drasticamente a sua pegada ambiental sem comprometer o conforto ou a qualidade.
A mudança para uma hotelaria sustentável começa com pequenas alterações intencionais, mas o impacto pode ser enorme. A sustentabilidade no sector da hotelaria já não é supérflua – deve ser uma prioridade.