Por Tiago Afonso Pais, General Manager Nau São Rafael Suites | Highgate | ADHP Board Member | Passionate Hotelier Level Up Always!
Encontrar talentos é difícil, mas mantê-los é um desafio ainda maior.
Vivemos numa era em que o mercado de trabalho está mais dinâmico do que nunca. Empresas disputam profissionais altamente qualificados, enquanto os trabalhadores procuram cada vez mais do que apenas um bom salário, acreditem que é verdade! A rotatividade elevada tornou-se um dos maiores desafios das organizações modernas, trazendo custos financeiros e impactos profundos na cultura empresarial e na produtividade.
O custo oculto da rotatividade
Quando um talento sai, não é apenas uma questão de substituir uma peça num tabuleiro de xadrez. Os custos de recrutamento, seleção e formação de um novo colaborador são elevados, sem contar o tempo que demora até que esse profissional atinja a sua produtividade máxima. Além disso, a saída frequente de talentos pode abalar a moral da equipa e prejudicar a perceção externa da marca empregadora. Quem não conhece um ou outro caso destes?
Estudos indicam que a substituição de um colaborador pode custar entre 50% e 200% do seu salário anual, dependendo do setor e do nível de especialização. Mas o impacto vai além dos números: perdem-se conhecimentos acumulados, cria-se instabilidade e, muitas vezes, a empresa demora meses ou anos a recuperar totalmente, aquilo que lhe demorou a construir.
E levantamos a questão: Porque é que os talentos saem?
A resposta raramente está apenas no salário, não duvidem, nem coloquem em causa isto. Profissionais talentosos procuram reconhecimento, crescimento e um ambiente de trabalho saudável e onde o futuro pode ser mais alem do seu dia a dia. E assim podemos concluir que algumas das principais razões para a alta rotatividade incluem:
- Falta de progressão na carreira – Se não veem perspetivas de crescimento, os colaboradores vão procurar novos desafios, ou se a visão e a missão deixou de ser o futuro.
- Cultura empresarial tóxica – Ambientes de trabalho desgastantes e lideranças ineficazes levam à desmotivação. E por vezes a tornarem-se eles o problema.
- Falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional – A exaustão e o burnout são cada vez mais comuns e motivam saídas voluntárias, sendo esta uma tendência cada vez mais recorrente no que acaba por ser a decisão.
- Falta de reconhecimento e valorização – Profissionais que não se sentem apreciados acabam por procurar empresas que lhes deem o devido valor.
- Remuneração pouco competitiva – Embora não seja o único fator, uma oferta salarial abaixo do mercado pode levar os talentos a aceitar propostas mais vantajosas.
Mas é fácil apontar o dedo aos problemas, somos capazes sempre de apontar o dedo, mas e – Como travar esta sangria de talentos?
A retenção de talentos deve ser uma prioridade estratégica. E aqui temos sempre que ter medidas eficientes e capazes de ajustar mais e melhor dia a dia o propósito:
- Investir na cultura organizacional – Um ambiente positivo e inclusivo aumenta a satisfação e o compromisso dos colaboradores. Mais proximidade.
- Criar planos de carreira – Mostrar um caminho de crescimento dentro da empresa pode evitar que os talentos procurem oportunidades fora. Estabelecer metas junto dos colaboradores onde sejam facilmente atingíveis, e não um oásis no deserto.
- Oferecer formação e desenvolvimento – Oportunidades de aprendizagem são valorizadas e ajudam a manter os profissionais motivados, mas sem termos as mesmas formações de a 20 anos, onde o HACCP e as línguas eram aquilo que tínhamos. Dar sim formação em IA, motivacional gestão emoções, expectativas e desenvolvimento intelectual
- Revisão salarial e de benefícios – Remunerações competitivas e pacotes de benefícios ajustados às necessidades atuais fazem diferença, contudo devem ser adaptados a realidade de cada um. De que me vale ter um cheque de cresce se não tenho filhos?
- Fomentar uma liderança eficaz – Gestores bem preparados são essenciais para criar um ambiente de trabalho saudável e motivador e serem o exemplo junto das equipas, promover o bom ambiente e serem as referencias dentro de portas.
- Promover um bom equilíbrio entre vida profissional e pessoal – Políticas de flexibilidade e bem-estar melhoram a retenção de talentos, de que vale não saber que o colega está a passar por dificuldades e ser indiferente ao mesmo?
Conclusão
Manter talentos é tão importante quanto atraí-los. Empresas que ignoram os sinais de alerta da rotatividade podem pagar um preço alto em termos de desempenho, imagem e resultados financeiros. Em contrapartida, organizações que valorizam os seus profissionais e apostam num ambiente de trabalho positivo colhem os benefícios de equipas mais comprometidas, produtivas e inovadoras.
A pergunta que fica é: a sua empresa está a atrair ou a afastar talentos?