Opinião: “Impressão e turismo”

Por Laurentina Gomes, administradora do Grupo Liscic/ Listopsis

Alguma vez pensou na importância que a impressão de documentos tem no setor do turismo? Repare só nos dois documentos mais importantes que tem que possuir para poder viajar pelo mundo – bilhete de identidade e passaporte. São ou não ambos imprescindíveis e impressos por si?

Se optar por uma agência de viagens na escolha do seu destino, o mais que certo será receber uma pequena carteira com uma série de documentos impressos, desde o bilhete à reserva de hotel, seguros, entre outros. Se não optar e tratar você próprio da viagem, é quase certo que também vai imprimir algum documento.

Pode dizer que já não imprime e que recorre ao telemóvel ou tablet, mas sabia que estudos recentes indicam que 93% dos turistas europeus continuam a imprimir todos os documentos de viagem em papel? 71% dos passageiros imprimem os documentos por precaução para prevenir quaisquer problemas tecnológicos ou eventuais confusões no check-in, enquanto mais de metade o faz por hábito (51%).

De acordo com os resultados obtidos, fica ainda a curiosidade de os que mais imprimem documentos por segurança serem os Alemães (75%) e os Ingleses (74%). Diria que os portugueses não ficarão atrás, ainda que sejamos early adopters de tecnologia no geral e de desmaterialização de documentos no particular. Gostava até de destacar que são várias as empresas portuguesas detentoras de tecnologia de desmaterialização de documentos a dar cartas no país e lá fora, por conseguirem encontrar o mix perfeito entre impressão física de documentos e o seu tratamento workflow digital.

No entanto, a “boa impressão” dos portugueses em viagem diria que é alargada cada vez mais à boa impressão que estamos a causar ao nível dos turistas que recebemos no nosso país com reflexo nas taxas de crescimento recorde e nos variados prémios conquistados na área do turismo. Sabemos que essa boa impressão tem a ver com o clima, com a comida, com os preços, com a oferta global, mas também com os portugueses e a sua grande flexibilidade em resolver pequenos problemas. E puxando a brasa à nossa sardinha, pequenos problemas como “não tem o bilhete de avião impresso? Imprima aqui na minha impressora”, gestos onde a hospitalidade e simpatia dos portugueses ficam bem patentes. Nas suas viagens, compare ao nível das possibilidades de imprimir e de acesso à net os locais de estadia portugueses com outros de outras partes do mundo, e diga-nos lá se estamos ou não bem equipados…

Sejam impressoras mais complexas para imprimir cartões do cidadão, meras impressoras de códigos de barras para “digitalizar” o seu bilhete ou uma pequena impressora num hostel português, a impressão de documentos tem um papel tão crítico para o turismo quanto o seu charme hospitaleiro numa pequena simpatia a um estrangeiro que visita o nosso país.