Opinião: “Inovação versus Perfis Turísticos 2.0”

Por José Miguel Rosenbusch, Consultant Commercial & Marketing – Hospitality & Leisure Michael Page

A experiência tem-nos mostrado a evolução dos perfis turísticos aliados às novas tendências tecnológicas, que afetam o próprio setor de atividade. O turismo em Portugal e um pouco por todo o mundo, tem mostrado uma grande capacidade de reinvenção, adaptação e ajustamento na resposta a dar às cada vez mais e maiores exigências. Podemos de forma segura afirmar que existem três grandes áreas dentro deste setor onde a capacidade de inovação e reinvenção têm sido constantes. Mostro-vos quais: a área da qualidade; a de planeamento e gestão de destinos turísticos; e a área comercial.

Na qualidade a mesma fala por si, seja na implementação de novas métricas, como na obtenção de certificado ISO, já a área de planeamento e gestão de destinos turísticos vai implicar um novo perfil profissional que seja capaz de definir um destino, estabelecendo a base para a sua gestão, planeamento e promoção com critérios de sustentabilidade. Por sua vez, na área comercial urge encontrar especialistas envolvidos no desenvolvimento do produto, direcionados para os segmentos estratégicos quer das marcas, quer dos países em que se encontram.

Olhando no horizonte temporal até 2020 – e como resultado das novas tendências que ganham força no setor do turismo – há um significativo número de perfis emergentes, assim como nas necessidades de mudança nos perfis tradicionais, o que implicará um importante processo de adaptação às competências individuais.

Como entidade especializada em recrutamento, conseguimos já identificar alguns perfis emergentes, como por exemplo: Planeador de destinos turísticos: Profissional responsável pela conceção da estratégia para a melhoria da competitividade do destino, da identificação dos elementos diferenciadores e no relançamento ou consolidação dos destinos em causa.

Gestor estratégico de vendas: Profissional responsável pela definição e implementação dos preços a serem aplicados nos espaços funcionais incorporando conceitos dinâmicos. Gestor de canal: Responsável pela gestão, para fins comerciais, de diferentes canais de distribuição. Gestor de redes sociais: Responsável pela gestão de comunidades virtuais e de social media.

Gestor cultural: Incumbido da análise e avaliação dos elementos culturais do destino e consequente implementação.

Gestor de inovação: Tem a tarefa de analisar a realidade em que trabalha e procurar a inovação como elemento diferenciador. Gestor de marca pessoal – branding: Responsável pela criação e promoção da marca corporativa, principalmente em ambiente web 2.0

Associados a estes perfis muitos outros poderiam ter sido mencionados. Importa, isso sim, refletir na capacidade que os profissionais e as marcas necessitam de ter para se ajustarem a constantes mudanças e inovações do setor. Seja na perspectiva de melhoria na relação com o cliente, seja na obtenção de maior satisfação por parte do cliente interno ou externo. Outro fator de extrema importância é a preocupação das diferentes marcas em tornar o seu conceito diferenciador, distinto e passível de sentimento de pertença.