Por Pedro Faria, Cluster Director of Sales InterContinental Lisbon e InterContinental Estoril
É inegável a importância do Turismo para o desenvolvimento económico nacional e os últimos indicadores revelam um crescimento em todos os segmentos de mercado e destinos. Em 2018, prevê-se que esta tendência continue, colocando Portugal no topo de destinos mundiais. Os últimos dados reforçam esta perspetiva, sabe-se que no ano passado atraímos 20,6 milhões de turistas num ano, o que equivale a 57,5 milhões de dormidas.
Não parecem restar dúvidas de que Portugal está na moda, nomeadamente no que diz respeito a destinos europeus, entre eles Lisboa, considerada uma das cidades mais trendy do mundo, bem como o Porto, que tem assistido a um crescimento exponencial.
Este novo paradigma lança novos desafios ao setor hoteleiro – não devemos continuar apenas a focar os nossos esforços nos City Breaks e Sun & Beach, mas sim continuar, activamente, a promover o excelente desenvolvimento levado a cabo pelas diferentes instituições (Turismo de Portugal, Convention Bureaus, DMCs locais, etc) na promoção de Portugal como alternativa para Turismo de Negócios e Convenções Internacionais.
Neste campo, a hotelaria portuguesa (instituições em esforço conjunto com DMCs e hotéis) tem que assumir uma estratégia para se afirmar internacionalmente. Devemos dar continuidade aos investimentos feitos nas infraestruturas em Lisboa e continuar a garantir added value para quem nos procura. Há uma necessidade de oferecer cada vez melhores infraestruturas a quem nos visita, para que Lisboa mantenha o nível de crescimento que atingiu nos últimos anos. Exemplo disso é a remodelação de que o InterContinental Lisbon está a ser alvo. Estamos a atualizar diversos espaços do hotel, mantendo-o atual, confortável e moderno.
Com o aumento da procura é normal vermos o mercado a desenvolver, aparecimento de novos formatos de venda como por exemplo o AirBnb ou até o aparecimento de reconhecidas marcas internacionais. Tudo deverá ser visto como oportunidade adicional de comunicação e dsenvolvimento do setor para benefício do cliente. Desde que seja “fair” para todos os stakeholders envolvidos no processo e as regras sejam justas para todos os intervenientes, caberá a nós hoteleiros sermos proativos no desenvolvimento de novas formas de vender os nossos produtos, em vez de entrar em estratégias de pricing agressivas que destabilizam o mercado. O Turismo de Lisboa também deverá envolver-se ativamente na aprovação de projectos de forma a garantir a qualidade de serviço ao cliente, bem como a implementação de uma estratégia de responsible business de longo prazo – por exemplo, à semelhança do que está a ser feito em Barcelona.
Com o contínuo aumento da procura, obviamente que a estratégia de todos os hotéis passará pelo crescimento do preço médio, no entanto deveremos garantir que o value for money continua a ser o nosso elemento diferenciador e nos mantemos competitvos em relação ao aparecimento de novos destinos.
É aí que o serviço de atendimento deve ser privilegiado. Os portugueses são conhecidos pelo “bem receber” e a constante formação dos profissionais é uma das prioridades do grupo IHG, no sentido de transmitirmos aos nossos clientes o melhor do nosso país.
A falta de profissionais especializados e bem formados no mercado hoteleiro é uma realidade à qual não conseguimos escapar, pelo que devemos continuar a investir no desenvolvimento do elemento mais importante do nosso negócio: as pessoas. Os hotéis IHG procuram proativamente trabalhar em conjunto com diversas instituições, permitindo aos seus trabalhadores partilharem o seu knowhow com os jovens inscritos em cursos de Hotelaria (Escola de Turismo do Porto).
Por fim, entre os desafios que a hotelaria enfrenta está, claro, a sazonalidade, embora se tenham verificado alterações profundas nos últimos anos.
Devido à sua localização única junto ao mar, ou de o destino ser preferencialmente procurado durante os meses de Verão, apesar dos positivos desenvolvimentos da procura em meses tradicionalmente menos procurados , a realidade é que ainda existem meses de “época baixa”. Deverá, portanto, ser uma prioridade tornar estes destinos apetecíveis todo o ano e não só no verão. No caso do InterContinental Estoril, acreditamos que o reconhecimento internacional da marca poderá ajudar à promoção do destino, pelo que procuramos activamente envolvernos com o Turismo de Cascais e outras insitutições locais e apoiar o excelente trabalho que tem sido levado a cabo para o aumento de exposição do destino ajudar e trabalhar em conjunto para combater a sazonalidade, e acreditamos que a estratégica passa não só pelo reconhecimento internacional como também pelo “turismo local”.
A ATC tem desenvolvido um excelente action plan para posicionar Cascais no mercado de High End Luxury bem como ser uma alternativa a Lisboa para convenções internacionais e nacionais de maior dimensão, pelo que passa a ser responsabilidade dos hoteleiros locais ajudar nesse desenvolvimento e promoção.