Opinião: “Portugal é o Melhor Destino Turístico do Mundo e o mérito é de todos”

Por Antónia Correia, Diretora da faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia

Os prestigiados World Travel Awards reconheceram, pelo segundo ano consecutivo, a excelência da indústria hoteleira e turística do nosso País. Após a conquista de sete prémios na edição anterior, Portugal volta a ser distinguido, alcançando agora 16 prémios, um deles o de Melhor Destino Turístico do Mundo.

Estes prémios reflectem as características ímpares do País que, até há pouco tempo, persistia como um local seguro, apelativo pelas suas condições atmosféricas, mas com um fraco investimento em recursos para desenvolver a sua reputação dos seus produtos, de alta qualidade, ou oferecer garantias, que se tornam evidentes através das certificações ou de prémios.

Fizemos, por isso, um longo percurso para gerar reputação na área dos serviços, em geral, e do turismo em particular, o que é, assumidamente, complexo e difícil de alcançar. Ainda que extremamente relevante para atrair novos mercados, fidelizar e satisfazer os existentes e potenciar a recomendação.

No turismo, as assimetrias de informação são determinantes no processo de escolha do destino. O facto do turista se deslocar e pagar antes de consumir, despoleta um maior envolvimento no consumo turístico e um desejo de reduzir a incerteza associada a um consumo que ocorre fora da sua zona de conforto (Lar). Por outras palavras, os turistas são atraídos por garantias a priori de que as suas expectativas não serão defraudadas.

Prémios, galardões e certificações são instrumentos essenciais para sedimentar a competitividade e as vantagens comparativas num sector que sobrevive alicerçado na imagem e na perceção. Porém o prémio de Melhor Destino do Mundo é o galardão mais visado pelas organizações governamentais dos destinos turísticos, que desenvolvem estratégias corporativas de posicionamento internacional para sinalizar a qualidade dos seus destinos.

Este prémio é, sem qualquer sombra de dúvida, um certificado vitalício e a melhor garantia que o Governo e o país podem oferecer aos turistas, que decidem sempre num contexto de informação assimétrica.

Este prémio sugere, ainda, uma estratégia corporativa consensual e de concertação entre os múltiplos stakeholders que suportam o turismo, e evidência a consolidação do posicionamento internacional. Empresas, Estado e outros players uniram-se para certificar o destino Portugal. Efetivamente a estratégia de confiança, concertação e união de esforços a que o turismo assiste, nos dias de hoje, tem como corolário os prémios que no dia 1 de dezembro recebemos. Por isso devolva-se o mérito a quem delineou uma política de governação de excelência. Porque se o sucesso é de todos, o mérito é da liderança.