(Opinião) SET deixa apelo: “Que as empresas, empresários e trabalhadores do nosso setor sejam resilientes”

Por Rita Marques, secretária de Estado do Turismo*

Desde a primeira hora da pandemia que o Governo Português tem como prioridade a crise sanitária, não descurando, porém, a proteção dos empregos e da capacidade produtiva do país, lançando as medidas possíveis e consideradas mais ajustadas a cada momento.

Ao nível internacional, e menos visível aos olhos dos portugueses, o Governo tem também participado ativamente em diversos fóruns, partilhando as suas práticas e refletindo com os seus pares sobre as medidas mais adequadas no global e para o turismo em particular.

Em 18 e 19 de janeiro de 2021, Portugal participou na 113ª reunião do Conselho Executivo da Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas, cujo programa incluiu ainda a 8ª reunião do seu Comité de Crise, criado em abril de 2020 na sequência da Pandemia do COVID-19. Em simultâneo, Portugal iniciou a sua 4ª Presidência do Conselho Europeu, reforçando assim o seu estatuto naqueles 2 fóruns internacionais da OMT.

O momento que atravessamos no Turismo é, com certeza, o mais complexo e o mais incerto desde a II guerra mundial, exigindo de todos os stakeholders do setor do Turismo um grande esforço.

O maior problema que enfrentamos é a crise sanitária, e, com ela as restrições à mobilidade. Teremos ainda de lidar com a falta de confiança dos consumidores em voltarem a viajar, em fazerem férias, particularmente em destinos mais distantes.

Estamos fortemente confiantes de que a procura turística aumentará assim que a curva de novas infeções de COVID cair e a confiança nas viagens regressar.

Para tal, a área governativa do Turismo tem defendido nos fóruns internacionais que é prioritário harmonizar-se a definição e aplicação de critérios e medidas, permitindo a realização de viagens em segurança através das fronteiras internas do espaço comum europeu, mas também das fronteiras externas para países terceiros. Quando os valores da pandemia estiverem dentro de parâmetros aceitáveis e relativamente controlados, temos, hoje, um conjunto de instrumentos (diferentes tipos de testes, vacinas, PLC e outros) que, se devidamente utilizados, e com o consenso dos diferentes Estados Membros, pode permitir a realização de viagens seguras.

Uma segunda prioridade para Portugal, e disso mesmo demos nota na recente audiência da Secretária de Estado do Turismo no Parlamento Europeu, é a necessidade absoluta de serem disponibilizados recursos financeiros que permitam não só cuidar do setor no imediato, como também apoiar a sua reinvenção no futuro, tornando-o mais verde e digital, de modo a melhor responder aos desafios emergentes e às necessidades do turismo no futuro.

Uma das dimensões que exige maior atenção é a dos recursos humanos, incluindo-se também aqui as equipas de gestão. Este trabalho irá requerer recursos financeiros avultados, que a Europa comparticipará.

Em Portugal, estamos a trabalhar afincadamente no verde e no digital. Lançamos o Plano Turismo + Sustentável 2021 – 2023, e apostamos fortemente na formação dos nossos recursos humanos e na inovação do nosso setor.

Relativamente à 1ª prioridade que mencionei, Portugal, enquanto País que preside ao Conselho Europeu, está empenhado em promover consensos entre os Estados Membros que permitam restaurar, assim que a pandemia o permita, a mobilidade transfronteiriça, e, no fundo, a preservação de um dos pilares da fundação da UE, o da livre circulação de pessoas.

Enquanto Secretária de Estado do Turismo, e porque o momento epidemiológico atual é muito grave e nos leva a um confinamento bastante restritivo, termino fazendo um apelo para que as empresas, empresários e trabalhadores do nosso setor sejam resilientes, mantenham uma atitude positiva e de esperança para que em breve celebremos juntos a retoma tão almejada por todos.

Contem com o empenho determinado da Secretária de Estado do Turismo nesta caminhada.

* A secretária de Estado do Turismo, em artigo de opinião solicitado pela Ambitur, define as prioridades de Portugal, enquanto país que preside ao Conselho Europeu, e explicita a posição da área governativa que o Turismo tem defendido em fóruns internacionais.