Depois de vários dias instalados no Hotel Riu Karamboa, na Praia de Salines, o grupo de jornalistas de visita à Boa Vista, a convite da Solférias e da Riu – Hotels & Resorts, teve a oportunidade de conhecer o outro hotel da cadeia. Trata-se do Riu Touareg, situado na Praia de Lacacão (Curral Velho), onde ficámos instalados nos últimos dias desta viagem, para explorar outros recantos desta ilha.
Também situado na primeira linha de praia, esta unidade All Inclusive, de cinco estrelas, fica a 32 Km de Sal Rei e a 25 Km do aeroporto. Mais moderno do que o Karamboa, dispõe de um conjunto de três piscinas de água salgada mas a praia não convida a banhos, sendo mais utilizada pelos amantes de desportos aquáticos devido às ondas. Outra diferença em relação ao Riu Karamboa é o facto de o Touareg oferecer uma área “Adults Only” com 185 quartos duplos e 16 suites, acesso exclusivo e serviços especiais como o Restaurante Kulinarium (à la carte), piscina exclusiva de 250 m2 com jacuzzi e solário, reposição do minibar e da garrafeira nos quartos, e bar-piscina Tiniwan. De resto, é mais uma unidade Riu onde não falta entretenimento diário e noturno, vários restaurantes – Santo Antão, Boavista (especialidades cabo-verdianas), Kabuki (asiático), italiano (Da Marcello) e Bereber (da piscina, com grelhados). Ao todo são 1151 quartos, wi-fi gratuito apenas nas áreas públicas, discoteca Pacha, pequenas lojas de souvenirs e várias opções de desporto.
O Hotel Riu Touareg
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E esta segunda parte da viagem à Boa Vista não poderia ter começado de melhor forma. Uma vez instalados no hotel, e reservando o jantar para bem cedo, partimos em duas pick-ups que nos levam à Praia de João Barrosa. Objetivo: ver tartarugas a desovar. O dia foi de chuva e a lua ainda está escondida atrás das nuvens que teimam em desaparecer. O que significa que o nosso percurso é feito na escuridão, com avisos de que qualquer luz pode afastar as tartarugas das suas intenções de escavarem o ninho na praia. Já perto do destino final, as pick-ups param e tapam os faróis com umas folhas avermelhadas pois a luz vermelha é a única que as tartarugas suportam.
Chegados à praia, ouvindo o som das ondas ali perto, temos de permanecer quietos e em silêncio (na verdade, as tartarugas são surdas, mas qualquer vibração as pode desviar do seu caminho), retirar qualquer flash de telemóveis ou máquinas fotográficas, e diminuir a luminosidade dos ecrãs. Sim, porque no meio de uma praia deserta, sem qualquer luz por perto se não a de algumas pequenas lanternas vermelhas que os guias trazem, o simples ato de abrir o telemóvel parece um choque de luminosidade intenso.
Se ao princípio os nossos olhos apenas nos parecem mostrar rochas e areia, ao fim de alguns minutos, e já habituados ao escuro, é possível vislumbrar aquilo que antes pareciam rochas mas que, em movimento, se percebe claramente serem as primeiras tartarugas que temos o prazer de avistar. A emoção é impossível de conter mas todo o cuidado é pouco e o guia é incansável nos avisos. Faz parte de uma das várias associações de proteção de tartarugas que existem nesta ilha, biólogos e voluntários que se juntam para defender este animal dos muitos riscos que corre durante o processo de nidificação e de nascimento das pequenas tartarugas.
Assim que a tartaruga seleciona o melhor local, inicia-se um longo processo de escavação usando as barbatas traseiras que, lentamente mas com confiança e resolução, não desiste de ir retirando areia. Quando decide parar, entra numa espécie de transe e aí começa então a desovar, um processo que também leva o seu tempo já que cada tartaruga pode colocar entre 80 a 100 ovos. Chegando ao fim, volta a tapar o buraco com areia e disfarçá-lo bem para que não corra o risco de ser encontrado por predadores. Na verdade, do total de ovos colocados em cada ninho, o guia conta-nos que apenas um número muito reduzido de pequenas tartarugas têm a sorte de conseguir chegar ao mar e sobreviver. São vários os riscos que correm: desde o sol quente da praia aos inúmeros predadores que rondam os areais, como aves ou gatos, entre outros, e quando chegam ao mar são também confrontados com inúmeros peixes. E o nosso grupo teve a sorte e a emoção de poder assistir ao fenómeno de nascimento das pequenas tartarugas que, abrindo caminho pela areia, conseguem chegar à superfície e, instintivamente, procuram o mar para ganharem a batalha da sobrevivência.
No dia seguinte, de manhã, é tempo de explorar outras partes da ilha da Boa Vista, começando por passar pela Baía das Gatas de onde se avista o Ilhéu dos Pássaros. Localizado no noroeste da ilha, este ilhéu tem uma superfície de 0,82 hectares e uma área marinha de 38 hectares. Está ligado à ilha através de um cordão de recifes e rochas vulcânicas. É uma das áreas protegidas das 14 que se podem encontrar na Boa Vista. Pelo caminho, passamos de novo pela Praia João Barrosa, onde no dia anterior tivemos a oportunidade única de assistir à desova das tartarugas e ao nascimento das mais pequenas.
E depois do mergulho do dia nas águas mornas desta ilha cabo-verdiana, rumamos ao interior da Boa Vista, começando por conhecer o Cabeço dos Tarrafes, a aldeia mais pequena da ilha e que, juntamente com outras – Fundo das Figueiras e João Galego – forma a região da ilha conhecida como Norte.
E é precisamente no Fundo das Figueiras que paramos para almoçar, uma aldeia composta por diversas ruas com sombras que nos são oferecidas por arbustos de hibiscos e buganvílias, com casas coloridas de pisos térreos. É aqui que almoçamos no Restaurante Mansão: lagosta, cabrito e peixe grelhado, para depois darmos uma volta pela aldeia, a pé.
E assim chega ao fim esta viagem à Boa Vista, mais uma ilha de Cabo Verde para explorar sem pressas, descobrindo os seus extensos areais desertos e mergulhando no mar azul, ao som de mornas que nos embalam num ritmo muito próprio e que nos fazem querer voltar, um dia.
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Leia também:
“Os Encantos da Boa Vista – Parte 1”
“Os Encantos da Boa Vista – Parte 2”
Para mais informações poderá consultar a programação da Solférias para a Boa Vista.