(Os Filhos das Vinhas) A 7ª geração na José Maria da Fonseca

Adega José de Sousa
Adega José de Sousa

Contar a história do vinho em Portugal poderia ser difícil, até porque é algo que vai para além da fundação da própria nacionalidade. O consenso diz que a primeira vinha terá sido plantada cerca de 2000 a.C., no vale do Tejo e no vale do Sado. E hoje é inegável que o vinho é um símbolo cultural no nosso país, que já anda ao lado do turismo. E são já muitas as gerações que nasceram e cresceram no meio das vindimas, a pisar uvas, a cheirar e provar vinhos. Ambitur falou com algumas das famílias mais emblemáticas da história do vinho em Portugal, nomes incontornáveis um pouco por todo o país, alguns dos quais vão já na sua 10ª geração. Faça connosco esta viagem no tempo e por entre vinhas, conheça os rostos por trás das garrafas, saiba de que forma vão acompanhando a evolução dos tempos e, no final, deixe-se tentar com as suas sugestões…

António Maria Soares Franco
António Maria Soares Franco

Também a família José Maria da Fonseca chegou à sétima geração no negócio do vinho. Foi há 180 anos que José Maria da Fonseca, filho de um comerciante do Cais do Sodré, decidiu atravessar o Tejo rumo à margem sul. E foi nas encostas da serra da Arrábida que fez história, lançando as bases daquele que hoje é um dos maiores impérios vinícolas em Portugal. A empresa foi fundada em 1834 por este visionário, “casado com uma senhora Soares Franco. Só tiveram uma filha, Sofia, casada com Henrique da Gama Barros, famoso historiador, e não se interessaram pelo negócio, tendo-o vendido a uma prima de quem descendemos”, conta António Soares Franco, presidente do conselho de administração e atual membro da sexta geração da família, juntamente com o irmão, Domingos Soares Franco, que é administrador delegado e enólogo chefe.O responsável acrescenta que, “ainda que não sendo descendentes diretos, é através da família da mulher do fundador que a empresa chega às nossas mãos”. Embora seja ele o representante máximo da José Maria da Fonseca, em termos institucionais, hoje em dia é muitas vezes o filho, António Maria Soares Franco, que dá a cara pela empresa, ou seja, a sétima geração.

 

Família José Maria Fonseca.
Família José Maria Fonseca.

E é com estes novos membros que a empresa tem conseguido modernizar-se, começando por adquirir vinhas próprias, construir uma das maiores adegas da Europa e terminando, atualmente, na distribuição própria das suas marcas e na abertura de uma flagship store, a By the Wine, em Lisboa. “A empresa encontra-se presente em mais de 70 mercados com as suas mais de 40 marcas e está preparada para os desafios do século XXI”, garante António Soares Franco.

 

Casa Museu, em Azeitão.
Casa Museu, em Azeitão.

E, por isso mesmo, não descura a importância da ligação do vinho ao turismo, contando com dois centros de visitas, a Casa-Museu em Azeitão e a Adega José de Sousa, em Reguengos de Monsaraz, e recebendo mais de 35 mil pessoas por ano, das quais mais de 60% são estrangeiras.

 

 

 

 

Periquita
Periquita

António Soares Franco (José Maria da Fonseca), aconselha…
“Todos os vinhos no nosso portfólio têm o seu espaço e o seu momento de consumo. Para um consumo diário, a marca Periquita com as suas variantes tinto, branco e rosé, oferece uma excelente qualidade a preços acessíveis e o BSE é um vinho branco incontornável à nossa mesa. Para ocasiões especiais, destacaria o Periquita Reserva ou o José de Sousa, um vinho que recupera a tradição milenar de fermentar vinhos em talhas de barro. Por fim, o Alambre Moscatel de Setúbal, como vinho de sobremesa ou aperitivo, com o seu carácter único, tem um espaço especial no universo José Maria da Fonseca.”

 
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(Este texto está integrado numa Reportagem publicada na Edição 283 da Revista Ambitur)