“Os sinais que aí vêm não são muito positivos”

Há nuvens no horizonte do turismo nacional e do Algarve especificamente. Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve, que participou na abertura do XIV Congresso Nacional da ADHP (Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal), que decorre em Albufeira, e que tem como tema “O turismo de pessoas para pessoas”, que questão de deixar o alerta.

Para o responsável, no contexto do turismo do Algarve, que representa quase 40% do turismo nacional, com mais de nove milhões de dormidas oficiais, e toda a economia que gera em torno, é necessário tratar e cuidar do território e da diversificação da oferta, que valorizam a perceção que os mercados têm da região. Para o orador: “Qualificar, estruturar e diversificar, são as palavras de ordem no território. Mas ter os edifícios e equipamentos fantásticos, percursos, a melhor gastronomia e promoção, isso não basta, é preciso fidelizar as pessoas que vêm pela primeira vez a uma região e a um país”. Desidério Silva deixa então o aviso: “Trabalhámos e continuamos a trabalhar bem, mas as exigências que nos vão ser colocadas ao nível da competitividade vão-nos obrigar a trabalhar mais. Os sinais que aí vêm não são muito positivos”.

Ao nível da temática dos recursos humanos, o responsável considera que “não podemos ter pessoas formadas, nem qualificadas, que trabalham horas seguidas, sem estarem motivadas e serem reconhecidas”. Até porque lembra “que poderemos não ser competitivos pelo preço, mas poderemos ser pela qualidade dos nossos recursos humanos”.