Páscoa de 2024 marca abertura do novo hotel do Grupo Hoti Hotéis em Braga 

No edifício das Convertidas (século XVIII), na Avenida Central, em Braga, que há muitos anos se encontra em avançado estado de degradação, vai nascer o Hotel Plaza Central. A apresentação desta que é a segunda unidade hoteleira do Grupo Hoti Hotéis na cidade minhota realizou-se esta segunda-feira, no Jardim do Convento das Convertidas.

“Uma reabilitação que enriquece, não só o património arquitetónico da cidade, como também devolve-lhe uma nova vida transformando-o num polo de atração e de turismo”, começa por dizer Rosário Rodrigues, arquiteta projetista do novo hotel, acrescentando que, “para além do edifício visível da rua, estende-se um terreno com 4500 metros quadrados onde se vai desenvolver todo o complexo do hotel e onde está previsto ceder-se ao domínio público uma área de 1530 metros quadrados para a construção de um jardim público que terá ligação ao jardim do Convento das Convertidas”.

Idealizada há cinco anos, esta nova unidade, que vai agora avançar, terá um investimento global de 16 milhões de euros, oferecendo 108 quartos, spa, piscina exterior, restaurante, bar, claustro e uma sala de reuniões. O empreendimento terá cinco pisos, mas a estrutura original não vai ser alterada. Devido às características do edifício e à sua classificação como imóvel de interesse público, não haverá quartos na parte da fachada. Assim, o projeto inclui a construção de uma nova área de quartos, sendo que esta estará perfeitamente integrada no conjunto. Para Manuel Proença, presidente do Grupo Hoti Hotéis, o novo hotel, previsto estar operacional na Páscoa de 2024, será um “grande potencial” para a cidade do Braga e para o Norte de Portugal: “E a colaboração deste projeto (hotel) com o Convento das Convertidas será uma mais-valia para cidade”.

Por seu turno, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, refere que este projeto, desde o início, foi um dos primeiros a beneficiar da aprovação do Conselho Estratégico para a Regeneração Urbana de Braga: “Antes mesmo de se concretizar, já era uma boa notícia para a cidade”. Sabendo que o investimento vai ultrapassar os 20 milhões de euros (aquisição do edifício e obra), o autarca considera este projeto como um “sinal de que o turismo de Braga alimenta o retorno”: “Braga tornou-se, nos últimos anos, um dos principais destinos turísticos do país e da Europa”. Acresce que a nova unidade consegue, em primeiro lugar, ser um “instrumento” de verdadeira regeneração urbana: “Não é só o edifício que vai ser reabilitado, mas sim toda esta envolvente que, graças ao jardim público que vai ser criado, vai dar a oportunidade (…) de conhecer todo este espaço e de uma interação que vai ser possível criar entre o edifício do hotel e o Recolhimento das Convertidas”.

[blockquote style=”2″]Convento das Convertidas e hotel são edifícios autónomos [/blockquote]

Reconhecendo aquilo que a cidade de Braga tem para oferecer a quem a quer visitar, Manuel Proença aproveitou o momento da apresentação da unidade para partilhar o desafio que já foi feito ao município e que passa por transformar o Convento das Convertidas num “museu virtual” da cidade: “O objetivo é que os turistas possam apreciar e conhecer a história de Braga e todas as virtualidades que a cidade e o Norte de Portugal oferecem”.

A este desafio, Ricardo Rio deixa bem presente a vontade que existe em criar essa ligação: “O primeiro passo é a migração da propriedade para a esfera municipal ou intermunicipal”. Neste momento, tal como indica o autarca, falta a “validação do MAI (Ministério da Administração Interna) para a cedência ou a alienação do edifício: “Sempre defendemos que este deve ser um espaço para criação de valências culturais de diversas natureza: o próprio edifício não é passível de criar um projeto muito transformador e não queremos destruir o património que aqui existe”. Por isso, a proposta de criação de um “museu virtual da história da cidade é interessante e que equacionamos”, sustenta.  Aos jornalistas, Ricardo Rio demonstrou estar otimista: “Espero que 2022 marque a resolução do processo da propriedade. A partir daí, vamos desenvolver os projetos e fazer os investimentos necessários com as oportunidades que possam existir em termos de financiamento para uma iniciativa dessa natureza”, remata.