Parece que o setor da Hotelaria continua a procurar soluções simples para as obrigações constantes, como é o caso das remunerações aos colaboradores. É assim que surge a Paynest, no final de 2022, como “uma solução para evitar endividamento e melhorar a literacia financeira dos portugueses”, começa por explicar Nuno Pereira, CEO e co-fundador da empresa.
Portugal está no último lugar do ranking do Banco Central Europeu em relação à educação financeira e a tendência é recorrer a microcréditos “para dar resposta a imprevistos e urgências, dando início a um ciclo de juros e endividamento que tende a piorar”, continua a o responsável, acrescentando que também na Grécia, onde está o outro cofundador da Paynest, Michalis Gkontas, “o panorama laboral e económico é semelhante”.
Assim, o apoio para arrancar com o projeto veio da Lateralus Ventures e vários Angel Investors que acreditaram nesta “plataforma online destinada a empresas e que permite que os seus colaboradores sejam pagos de forma flexível e recebam uma parcela do salário pela qual já trabalharam, de forma simples, rápida e transparente”.
“Apoiamos as empresas a proporcionar benefícios com impacto no bem-estar financeiro dos seus colaboradores, não só a curto, mas também a longo prazo”
Além da funcionalidade de remuneração, a plataforma oferece um “mecanismo de prevenção de endividamento baseado na promoção da literacia financeira, através de artigos e do acesso individualizado, personalizado e confidencial” – os conteúdos são diferenciados “consoante o conhecimento do utilizador e aquilo que procura aprender, sendo avaliada a sua evolução e aumentando o grau de expertise dos conteúdos, a par disso”, avança o responsável.
Este trabalho é essencialmente feito por uma equipa de coaches financeiros, que “têm a personalidade certa e uma grande experiência no campo das finanças”, garante.
O serviço aplicado à Hotelaria
Este modelo de negócio já está a avançar em outros mercados e setores e revela-se “muito positivo” nas indústrias “com uma grande força de trabalho”, como é o caso da Hotelaria e do Turismo, “por incentivar o aumento do número de turnos por colaborador”.
Com um modo de remuneração mais flexível, há mais controlo sobre o rendimento e sobre as poupanças, “traduzindo-se numa maior liberdade financeira que reduz o stress associado a preocupações económicas”: um estudo da DailyPay, em 2021, demonstrou que há menos 72% de rotatividade de colaboradores da Hotelaria e do Turismo, com 59% dos mesmos a sentirem-se mais motivados para trabalhar.
“Através da aplicação, consegue perceber o valor que irá receber, procurar maximizar o valor com a execução de mais turnos e liquidar uma parcela do salário pela qual já trabalhou, quando necessitar”
Apesar de ainda estar numa fase de arranque, a empresa já está em conversações com empresas do setor “que veem na Paynest uma solução inovadora para aumentarem a sua proposta de valor e melhorar os seus níveis de atração e retenção de talento”.
Para já, os mercados que já aderiram a esta solução avançam com um “feedback muito positivo”, comprovando que 86% dos colaboradores sentem-se menos stressados por ter mais controlo sobre as suas finanças e 88% consegue antever a redução de dependência de créditos.
Além de Portugal e da Grécia, os dois fundadores estão a estudar a possibilidade de expandir o negócio para outros países da Europa.
Por Diana Fonseca