Pedro Costa Ferreira defende aposta numa estratégia que traga o Turismo para a centralidade económica do país

O 45.º Congresso Nacional da APAVT começou hoje, no Funchal, recebendo cerca de 750 congressistas para discutir as “Opções Estratégicas” do Turismo para os próximos anos. “O momento é delicado, os desafios conhecidos são muitos”, atenta Pedro Costa Ferreira, presidente da associação, que ao longo da sessão de abertura do Congresso começou por adiantar alguns.

Pedro Costa Ferreira lembra que “há um ano, quando, neste mesmo congresso, se falou em atmosfera de fim de ciclo, caiu o Carmo e a Trindade” mas que, hoje, passado um ano, “já não há quem não tenha referido que vivemos exatamente num momento de fim de ciclo” com o crescimento a abrandar, algumas regiões em decréscimo, e um “conjunto relativamente importante de desafios ergue-se agora com maior nitidez do que nunca”.

Contudo, a anunciada atmosfera de fim de ciclo “não é um caminho sem saída”, assegura o responsável,  pelo contrário revela-se uma “oportunidade” tendo em conta o momento de mudança legislativa que vivemos. Assim, o importante é apostar numa “estratégia que traga o Turismo para a centralidade económica do País”, com melhor qualidade de serviço, crescendo a menor pressão turística, com mais território turístico e menor sazonalidade. O presidente da APAVT aproveitou a presença de Rita Marques, nova secretária de Estado do Turismo, para lhe apresentar alguns pontos da agenda, e preocupações, da associação para a próxima legislatura.

Falência das companhias aéreas

Um dos pontos fulcrais, para a APAVT, é a falta de regulação em termos de proteção dos consumidores no caso da falência das companhias aéreas, aliás a associação tem como objetivo criar um fundo de proteção dos viajantes que englobe essa situação. “Dir-se-ia que temos que temer muito mais a falência de uma companhia aérea, do que qualquer outro incidente”, defende, sendo que nos últimos dois anos faliram 36 transportadoras.

Pedro Costa Ferreira é peremptório: “Quer pela agressividade das apostas comerciais, quer pelas estratégias de venda de rotas aéreas a destinos fragilizados e incapazes de atraírem procura de outra forma, não cremos que esta série negra vá parar. Não nos podemos esquecer que a indústria aérea não pagou ainda o capital investido desde o dia do seu nascimento.”

Ainda sobre questões aeroportuárias, o responsável da APAVT diz não saber se o Montijo, Alverca ou Alcochete são a melhor resposta para o problema de crescimento do hub de Lisboa mas garante que “o problema não e apenas do hub de Lisboa e muito menos um assunto de mera engenharia”. É sim de todo o País, com o Algarve a ter problemas de sazonalidade e a Madeira em termos de inoperacionalidade, e de política turística.