O candidato pelo Partido Socialista (PS) às próximas eleições legislativas nacionais, Pedro Nuno Santos, num almoço convocado pela Confederação do Turismo Português (CTP), apenas assumiu que pretende desatar os “nós” com que os empresários turísticos se debatem no dia-a-dia, ao nível dos investimentos. Refere mesmo o responsável que novos entraves ao investimento têm surgido nos últimos 20 anos, cabendo ao Governo simplificar estas vontades sem que se ponham em causa os diversos interesses envolvidos. “Não podemos ser o empecilho” ao investimento, esperando no seu eventual mandato entender “onde se está a falhar, onde estamos atrasados e como podemos resolvê-lo”. Do novo aeroporto de Lisboa, à ferrovia, passando pela própria privatização da Tap, à emigração, nada de novo acrescentou. Admitindo, no entanto, a incapacidade dos anteriores governos em lidarem com determinadas destas questões. Por exemplo, na emigração, remete “para a falta de investimento feito por parte do Estado”, causando uma errónea perceção nas comunidades. Quanto ao novo aeroporto em Lisboa, remete para o consórcio privado que gere a Ana – Aeroportos (“A empresa que gere os nossos aeroportos que se despache.”). Quanto à Tap garante que financeiramente, não é hoje, um problema para o Estado.
Considerou Pedro Nuno Santos, na sua intervenção que em “Portugal o debate político é caricaturado”. Considera também que o Partido Socialista deu todas as condições para uma governação ao governo actual, esperando ser compensado por isso, se assim ditarem, por necessidade, os resultados das próxima eleições.
Francisco Calheiros, presidente da Confederação, ao dar o mote à intervenção do líder do Partido Socialista, tirou do bolso questões antigas, algumas bem antigas, que o setor turístico tanto reclama. Do aeroporto de Lisboa, à ferrovia, à TAP, à desadequada legislação laboral. Temas que ainda aguardarão outros encontros para serem relembrados. Mas insiste, “o mais importante para os empresários económicos é a estabilidade”. Sendo assim, dir-se-ia que, o almoço no Tivoli Lisboa, acabou por ser um encontro de uma mão cheia de alguma coisa.
Por Pedro Chenrim