Foi ontem lançada a nova Plataforma Nacional de Turismo (PNT), com sede no Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo da Universidade de Aveiro. João Albino Silva, presidente da Assembleia Geral da PNT e professor catedrático emérito da Universidade do Algarve, lembrou que o turismo, enquanto desígnio nacional, deverá ter presente os novos desafios que se colocam a vários níveis, e que exigem “conhecimento, estudos e reflexão partilhada entre todos os intervenientes da operação turística”. Assim nasceu a Plataforma Nacional de Turismo, uma associação criada para contribuir para a inovação e desenvolvimento económico e social do país, explicou, e que norteia a sua atuação tendo por base conhecimento técnico-científico. “É um espaço único no país, a primeira rede nacional de cooperação entre entidades que operam no mercado turístico e aquelas que produzem conhecimento na área turística, como as instituições de ensino e os centros de investigação”, apontou.
A PNT arranca com 125 associados fundadores e já com muitos pedidos de várias outras organizações para aderirem ao projeto. E o responsável garantiu que se juntarão mais tarde entidades públicas e privadas ligadas a outras áreas como indústrias criativas, cultura, ambiente, saúde ou planeamento territorial. Tudo para permitir “a partilha, por todos os que operam no turismo nacional, de informação, estudos, projetos e dinamização de boas práticas de investigação e inovação nas atividades turísticas”.
Ana Jacinto, vice-presidente da direção da PNT e secretária geral da AHRESP, adiantou que “esta plataforma tem uma importante rede colaborativa que junta um conjunto de players que podem fazer uma importante transferência de conhecimento”. E recordou que os desafios que as empresas têm hoje de responder tornam urgente o debate sobre o trabalho em rede. E que o conhecimento se tornou hoje “o recurso económico mais importante para a competitividade das empresas”. E aqui as academias acabam por ter um papel vital. Por isso, “juntar academias com associações que representam as empresas faz com que consigamos transformar estes dados em conhecimento e transferir este conhecimento às empresas”, concluiu.
Por sua vez Carlos Costa, presidente da direção da PNT e professor catedrático da Universidade de Aveiro (na foto), fez questão de salientar que se trata de “uma associação única ao nível mundial”, pois conseguiu juntar todas as universidades portuguesas com cursos na área do turismo, um número significativo de institutos politécnicos e todos os professores catedráticos da área do turismo e um número muito elevado dos maiores investigadores da área em Portugal. Além disso, a PNT conta também com as maiores organizações a nível nacional, regional e local, das quais apenas alguns exemplos são a CTP, a AHRESP, a AHP, a APAVT ou a Apecate.
Consciente de que o turismo vai continuar a crescer, e que tem que ter novas ambições, Carlos Costa garantiu que a PNT vai pensar nas diferentes vertentes e já está a começar a trabalhar. Por um lado, na criação de Think-Tanks, contando com mais de meia centena de investigadores que se debruçam sobre temáticas como a sustentabilidade, a educação e formação em turismo, o turismo em ilhas, a localização do novo aeroporto, cultura, património e criatividade, e investigação e inovação.
Por outro lado, tem já em agenda alguns estudos e projetos. Um deles com o objetivo de criar uma rede nacional de conhecimento e informação, e os outros dedicados às áreas dos recursos humanos, da governança, território e digitalização, e ainda os grandes desafios societais do turismo e as suas implicações para Portugal.
Por Inês Gromicho
Plataforma Nacional de Turismo: “Só conseguiremos atingir objetivos, se trabalharmos em rede”