“Poderemos esperar no próximo verão operações turísticas desafiantes e incertas”

Este foi o aviso feito à secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, por Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo – APAVT, no discurso de abertura do seu 44º Congresso Nacional, que decorre em Ponta Delgada até 25 de novembro. Se, por um lado, o responsável considera que, num balanço inicial, a introdução da nova diretiva das agências de viagens organizadas correu bem, pois este foi o primeiro verão em que foi implementada, e tendo-se verificado “que a normalidade das operações foi a regra e não a exceção”; por outro lado, alerta que “devemos ter honestidade de perceber que o verão foi, do ponto de vista das alterações de ordem social ou da verificação de condições naturais extremas, menos desafiante que o ano anterior… não podemos deixar de ser cautelosos nas conclusões”. Sendo assim, Pedro Costa Ferreira indica que “poderemos esperar no próximo verão operações turísticas desafiantes e incertas”, até “porque o consumo interno está a abrandar há vários meses, de forma consecutiva, e bem sabemos como o setor é sensível às variações da procura”.

Mas os desafios do setor dos agentes de viagens alargam-se, levando mesmo o interlocutor a considerar que também este setor “enfrenta uma atmosfera de final de ciclo”. Um deles derivado da “importância da concorrência ao longo da cadeia de valor”, como “não são novas as ambições legítimas das companhias em geral e da TAP em particular”. Considera Pedro Costa Ferreira que “o que é novo é a degradação do serviço, que nos tem obrigado a gerir a insatisfação crescente dos nossos clientes”.

No entanto, o presidente da APAVT indica “que apesar da degradação das condições de venda, as vendas de passagens aéreas em Portugal crescem, se olharmos para os números acumulados a setembro, 7%. Porque o lazer, apesar do abrandamento do consumo interno, irá crescer este ano próximo dos 10%”. Sendo assim, acredita que “as agências de viagens farão parte desta visão de otimista do futuro” de “início de um novo ciclo que seja de consolidação em lugar de decrescimento”.