O PortoBay Hotels & Resorts vai abrir mais um hotel no Algarve em julho deste ano, resultado de uma parceria com o Grupo Humbria, que detém a marca 3HB. Trata-se do PortoBay Blue Ocean, com 350 quartos, que irá juntar-se ao já existente PortoBay Falésia, com 310 quartos, criando assim o conceito de “vila PortoBay”, tal como o grupo já habituou os seus hóspedes na Madeira. António Trindade, CEO do PortoBay, referiu, durante a BTL, que se trata de duas unidades da mesma categoria, com o mesmo tipo de oferta base e que o objetivo da cadeia hoteleira foi “tentar diferenciar alguns conceitos em cada um dos hotéis, mantendo o PortoBay Falésia com uma vertente mais desportiva, com a inauguração este mês de um novo centro desportivo, e o novo hotel um conceito mais lifestyle”. Ambos ficarão ligados pelos jardins interiores abrindo assim todas as facilidades aos clientes das duas unidades, tendo “sempre na mira servir uma clientela diversificada, quer em termos de nacionalidades, quer sobretudo em termos de segmentos etários e sócio-económicos”, explicou o empresário.
O grupo hoteleiro arrancou também com obras no PortoBay Old Town, localizado na zona velha do Funchal, que passará a ser um boutique hotel de 5 estrelas quando abrir portas, em 2027, também com o conceito de utilizar as facilidades do atual Porto Santa Maria.
António Trindade explica que estes conceitos de ligação de hotéis e de criar unidades que ultrapassem a esfera de um hotel, “tem sido um objetivo da nossa parte e tem ajudado muito ao reconhecimento pelo mercado, quer em termos da tour operação, mas também pela possibilidade de criar novas experiências”. O responsável não tem dúvidas de que “a oferta turística nacional e regional tem que se pautar pela diferenciação, não só de produtos mas, particularmente, pela diferenciação de experiências, tentando fazer algo que possa alimentar a marca PortoBay através da criação de submarcas, por exemplo, gastronómicas”. Além da gastronomia, o grupo tem apostado também muito nos conceitos de wellness e desportivo.
2024 com crescimento sólido
O PortoBay terminou o ano de 2024 com uma faturação de 129 milhões de euros (dos quais 12 milhões de euros do Brasil), o que corresponde a um crescimento de 11% face ao ano anterior. Também em termos de performance os resultados foram “interessantes”, garantiu António Trindade, apontando que o EBIDTA subiu 16% para os 54 milhões de euros, e para um resultado líquido de 26 milhões de euros. “O grande desafio, em termos anuais, é conseguirmos bater o ano anterior porque o nosso maior concorrente é o PortoBay, e por isso temos sempre conseguido ultrapassar os nossos objetivos”, resumiu. A taxa de ocupação média anual esteve em linha com 2023, na ordem dos 89%.
Para este ano, o CEO do grupo adianta que “por todos os motivos, nomeadamente do ambiente que se vive à escala global, é difícil manter grandes previsões no que diz respeito à performance do grupo”. Mas a verdade é que, para já, tudo aponta para um crescimento de 5%.
A Madeira, por exemplo, mantém um ritmo de crescimento “muito grande e julgo que será um ano francamente superior a 2024, quando tivemos uma ocupação de 91% no inverno e 93% no verão”, indicou António Trindade. No Algarve “temos boas referências com indicação de uma ocupação flat em relação ao ano passado”. Só que o PortoBay Falésia estará encerrado durante o inverno de 2025/2026, portanto haverá um menor período de ocupação.
O gestor recorda que, ao nível urbano, há desafios e fatores que “não podemos controlar”, lembrando que “temos uma capacidade aérea já esgotada em relação a Lisboa”. Por isso defende que é fundamental uma campanha para aumentar a estadia média, não só da parte dos hoteleiros mas também do próprio Governo e autarquias. “Crescer um dia em estadias médias curtas significa um apport muito grande para o próprio destino”, aponta.
Por Inês Gromicho