“Portugal ainda tem muito a crescer na Europa”

“O turismo é economia, é exportação consumida no nosso país”. A afirmação de Luís Veiga, Presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), surgiu no decorrer do debate sobre a promoção turística do II II BreakfastBusiness do Fórum Turismo 2.1, que contou também com a presença de Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português (CTP) e Vítor Silva, Presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPT Alentejo). O responsável frisou que esta exportação tem espaço para crescer, nomeadamente nos mercados tradicionais, rumo à Europa, dando o exemplo da Alemanha, onde não há uma mensagem concreta sobre o Turismo Português.“A percepção que os turistas alemães têm de nós é a segurança e a qualidade/preço, e a segurança tem de ser vista. Nós não temos sabido trabalhar o mercado alemão e há imenso a crescer”, afirmou. “Tivemos um almoço na semana passada com o Presidente da Associação das Agências de Viagens Alemãs e ele foi muito concreto no que disse. Portugal não tem estado nas feiras de grande público que são Estugarda, Hamburgo e Munique. E estamos a falar de 400 mil pessoas que visitam estas feiras, enquanto Portugal tem estado na ITB, que é uma feira de contratação”. Luís Veiga deu o exemplo da Madeira, que, tal como outras regiões, tem estado nestas feiras “posicionando-se sozinha sem a marca Portugal”. A opinião foi sustentada por Vítor Silva, que indicou que Portugal só capta 1% dos turistas alemães. “A Europa é o maior mercado emissor de turistas e não só é mais barato promover aqui do que na China, por exemplo, como as pessoas mais rapidamente se metem num avião de Paris para Lisboa do que de Xangai”. O Presidente da ARPT Alentejo ressalvou que é necessário aproveitar as âncoras de Lisboa, por exemplo, colocando as regiões menos promovidas “debaixo da asa”. Francisco Calheiros assume que é necessário ter voos directos antes de se apostar nos mercados, dando o exemplo da TAP e da sua aposta de voos para o mercado brasileiro. “Eu tenho uma grande ligação ao mercado chinês, mas nós não só não somos a primeira escolha deste mercado na Europa, como não temos voos directos” &Durante o debate, o presidente da AHP defendeu que deve ser feito um caminho para a promoção externa, sendo que as decisões tomadas neste âmbito irão mexer profundamente com as propostas e estratégias actuais. “O Turismo de Portugal investe 40 milhões de euros em promoção externa e tivemos 30 milhões de dormidas de não residentes, este ano. O que significa que temos 1,50 euros por dormida de não residente. As Entidades Regionais de Turismo têm um valor semelhante e só tivemos 11 milhões de dormidas de residentes, o que dá um rácio de 3,02 euros de um turista nacional. Isto só para mostrar que, no meu ponto de vista, é questionável se as entidades regionais devem continuar a existir no formato actual. Contudo, elas podem estruturar o produto e têm conhecimento do território, daí que esta é uma questão a ser discutida”, rematou.&Por Rita Bernardo