De acordo com o “Real Estate Market Overview“, elaborado pela Savills Portugal, foram 41 os novos hotéis que abriram portas em Portugal só no terceiro trimestre de 2023. A consultora estima que, durante o último trimestre, abram ainda mais 26 unidades, oferecendo um total de cerca de 2300 quartos em todo o país.
Lisboa foi, até à data, a cidade responsável pelo maior número de aberturas de hotéis no país, totalizando 20 novas unidades hoteleiras, com a região do Alentejo a ocupar o segundo lugar. Seguem-se a região Norte e a cidade do Porto, com 17 novas aberturas ao longo de 2023, até ao terceiro trimestre do ano, com o Porto a transformar-se num destino de eleição.
Até setembro de 2023, o país totalizou mais de 61,1 milhões de dormidas, com o mês de agosto a ser responsável por cerca de 17% deste total. Considerando o mesmo período de 2019, registaram-se 56,2 milhões de dormidas, o que significa que os resultados de 2023 representam até agora uma melhoria de cerca de 9%, com os cidadãos britânicos, alemães e espanhóis constituírem o top 3 das dormidas.
Relativamente ao número de hóspedes, ao longo de 2023 registaram-se 23,5 milhões de turistas, contrastando com 21,3 milhões no mesmo período de 2019 e 20,5 milhões em 2022. Os cidadãos britânicos, espanhóis e dos EUA figuram nos três primeiros lugares em termos de nacionalidades, com 1,9, 1,9 e 1,6 milhões de visitantes, respetivamente.
Luís Clara, Capital Markets Associate Director da Savills, afirma: “2023 está a ser um ano marcado pelo sucesso e números recorde, com uma previsão de recuperação total dos números de turismo que ultrapassam os dados do período pré-pandémico. O sucesso dos resultados é a prova de uma aposta sustentável na criação de elevado valor acrescentado fundamental para o posicionamento de Portugal como um hub especializado no turismo”.
Mercado de investimento em queda face ao trimestre anterior
De acordo com o mesmo estudo, no 3º trimestre de 2023, o mercado de investimento imobiliário em Portugal atingiu um montante total de 262 milhões de euros, um valor que representa um decréscimo de 46% face ao trimestre anterior. O investimento total, nos primeiros nove meses do ano, cifra-se nos 1.021 milhões de euros, indicando um decréscimo de 48% face ao período homólogo de 2022.
Os volumes de investimento registaram um decréscimo generalizado em várias classes de ativos. No entanto, os segmentos de retalho e hospitality, demonstraram ser os mais resilientes, contribuindo para 38% e 37% respetivamente do volume de investimento imobiliário acumulado.
Paulo Silva, Head of Country da Savills Portugal, sublinha: “o panorama do investimento em Portugal está alinhado com o restante mercado europeu, com quase todas as geografias a registar quedas neste domínio. O acréscimo dos custos do financiamento e a falta de correção dos preços de venda continuam a estar na base de processos de tomada de decisão mais longos que se refletem numa diminuição natural quer em número de transações quer em volume de investimento, com a concessão de empréstimos para negócios de grande dimensão ou ativos secundários, a ser mais dificultada. A recuperação do mercado será gradual, ao ritmo do ajustamento dos preços de venda e da melhoria do contexto económico.”