A Região de Turismo do Algarve e o IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação, IP) promoveram, esta quinta-feira, uma sessão de esclarecimento online, direcionada aos empresários do setor turístico regional, sobre as candidaturas ao Programa ADAPTAR, um sistema de incentivos que visa apoiar as microempresas e PME no contexto da Covid-19.
Avaliada como um “linha muito importante” para uma fase de “reativação da economia”, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERT Algarve), João Fernandes, refere que a pandemia “não afetou só a saúde” mas também a “economia” no seu todo. O turismo é aquele que já sente os efeitos nefastos da crise, sendo, talvez, o setor que sofreu um maior impacto devido à “dependência das viagens, da procura externa e da confiança de sair de portas” por parte dos turistas. Os efeitos sentidos vão desde o desemprego às dificuldades com que as empresas se deparam, nota o responsável, acrescentando que, na região algarvia, o impacto também é notório. Para “responder” aos desafios no tecido empresarial, a região já desenvolveu um conjunto de medidas de Apoio às Empresas, estando, num primeiro momento, a promover “sessões” de esclarecimento e “dando apoio as empresários” no acesso a esses apoios, explica o responsável.
Mas as “respostas” não se ficam por aqui, João Fernandes destaca todo o “trabalho holístico” que tem sido feito, como é o caso do Manual de Boas Práticas: “Fomos a primeira região do mundo a ter um manual pronto e multifacetado com várias áreas de atividade”, afirma o dirigente, frisando também que a relação entre companhias aéreas e tour operadores nunca foi interrompida, assim como a monitorização de mercados emissores, sendo enviada “todos os dias uma ficha com informação da evolução da pandemia no mercado ou políticas públicas que impactam no setor”, explica, acreditando ser uma “base de conhecimento muito importante” num tempo de incerteza.
“O futuro será certamente bem promissor”
Mas quando é que retomamos a atividade de forma mais presente? João Fernandes refere que os “primeiros voos serão retomados em junho” e que, em julho, “teremos uma capacidade substancial disponível” em termos de variação e rotas aéreas. No entanto, a “expressão” não será “semelhante” a anos anteriores: “A retoma será progressiva e paulatina”, ou seja, da mesma forma que “o período de desconfinamento também é progressivo”, a “reativação da economia” terá uma “evolução semelhante”, afirma.
Num cenário de incertezas, João Fernandes sublinha que o Algarve e todo o tecido empresarial já demonstrou “resiliência” a diferentes exigências. É certo que esta crise “não é semelhante” mas o dirigente não tem dúvidas de que “estaremos na linha da frente” para a retoma: “Na monitorização que fazemos dos vários mercados emissores (Reino Unido, Alemanha, Holanda, França e Espanha), Portugal está altamente referenciado como um destino que, mesmo em crise não perde notoriedade”, estando o país na “linha da frente” das “preferências” daqueles que, este ano, “estarão com vontade de viajar”.
A entidade está consciente do impacto da Covid-19 em toda a região, que vai afetar, desde logo, as “férias” de verão de muitos portugueses . Tendo em conta essa “realidade do mercado interno”, João Fernandes acredita que, assim que as fronteiras de Espanha sejam reabertas, “a grande e crescente afinidade que os espanhóis têm pela região sairá reforçada”. Já no “mercado da saudade”, o dirigente está confiante na vinda de “emigrantes” durante o verão. Os desafios são muitos mas “manter a resistência” e “trilhar caminho” é fundamental, até porque o futuro será certamente “bem promissor”. E é com os “olhos” no futuro que o dirigente afirma que já tem “recebido propostas de investidores” que têm interesse em Portugal: “A imagem de equilíbrio entre responsabilidade de saúde e capacidade de resposta” tem sido constatada com um “feedback muito positivo”.