Portugal ganha escala na ABAV 2015!

Às já habituais dezenas de empresas e regiões de turismo que integram o stand do Turismo de Portugal, que este ano são 18, e à já tradicional presença da TAP e de alguns grupos hoteleiros e operadores portugueses, com stand próprio, somam-se este ano cerca de 20 empresas que representarão Portugal em São Paulo através do stand da APAVT.

O regresso ao modelo B2B, a alteração do horário da feira e o adiamento da abertura solene do evento, a criação de novas áreas no recinto e o lançamento de uma nova aplicação marcam a 43ª edição da ABAV/ Feira das Américas, que se realiza de 24 a 26 de setembro, em São Paulo, e que tem como objetivo manter os números da edição passada: 3,5 mil expositores, 1,2 mil hostedbuyers e 42 mil visitantes.

antonio azevedoÀ Ambitur, António Azevedo, presidente da ABAV, garante que a 43ª ABAV Expo “será efetivamente um marco para a retoma do crescimento do turismo brasileiro, após um ano que começou difícil para todos”. E Portugal parece estar a ser uma boa ajuda já que, nesta edição, “mais que duplicou o seu espaço na feira”, sendo “um dos maiores expositores internacionais, ao lado da TAP que também tem sempre uma participação muito expressiva e é uma grande parceira”. De acordo com o responsável, “sempre houve um fluxo natural entre os dois países, pelo muito que há em comum. Os sinais da crise fizeram diminuir um pouco a procura para ambos os lados, mas estamos confiantes de que em 2016 haverá uma retoma do crescimento do turismo como um todo e Portugal certamente se beneficiará pelo investimento feito na feira, pois continua a ser um destino especial para os brasileiros”.

 

As regiões em “peso”

Para além das 18 empresas e quatro entidades regionais presentes no stand de Turismo de Portugal, o país estará representado, em São Paulo, por vários outros stands individuais, como são exemplo a TAP, a Lusanova, a Abreuonline ou PortoBayHotels& Resorts. Regressa também o espaço da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) que este ano conta levar à feira cerca de 20 associados. De acordo com fonte da associação, a ABAV/Feira das Américas “é a mais importante feira no calendário turístico brasileiro e uma das mais importantes no calendário internacional. Tendo em conta o peso do Brasil enquanto mercado emissor para o nosso país e, por outro lado, pela sua histórica importância enquanto destino de férias para os portugueses, sabemos que a ABAV constitui um certame muito atrativo para os nossos associados, dos mais variados subsetores de negócio”. A APAVT terá um stand de 40 m2 que “estará à disposição dos associados para a realização de reuniões, através de um sistema de préagendamento que tivemos a oportunidade de divulgar internamente”.

 
Paula OliveiraPaula Oliveira, diretora executiva da Associação Turismo de Lisboa, justifica a presença em São Paulo com “a importância crescente na capital portuguesa do mercado brasileiro”, que marca já presença no top 3 dos mercados emissores em Lisboa no que às dormidas diz respeito. “Atualmente este mercado está com uma tendência de estabilização. Como tal, a ABAV assume especial relevância no que diz respeito à promoção turística do destino Lisboa”, afirma a responsável, acrescentando que, de janeiro a junho deste ano foi contabilizado um aumento de 5,1% nas dormidas deste mercado. Acreditando que “ainda existe margem para crescer” e sendo o Brasil, por isso, “um mercado emissor que deve ser aprofundado”, Paula Oliveira afirma que a presença das empresas portuguesas na 43.ª edição da ABAV “tem especial peso na promoção turística na América Latina, de forma a contribuir para aumentar o conhecimento e a apetência pelo destino, consolidar os fluxos turísticos e, acima de tudo, trabalhar para incrementar o número de turistas oriundos do mercado”.

 
pedromachadoTendo como meta o “incremento de notoriedade da Marca Centro de Portugal no mercado brasileiro”, a ARPT Centro de Portugal estará também presente no evento. De acordo com Pedro Machado, presidente da associação, o mercado brasileiro, que é atualmente o terceiro mercado em número de dormidas na região, “tem assumido um protagonismo cada vez maior, resultando num franco aumento de ocupação hoteleira, bem como de outros serviços, nomeadamente restauração”. Segundo o responsável, a “forte apetência por parte deste mercado pelo produto Cultural, em que o Centro de Portugal tem uma oferta forte e diferenciadora, é um dos principais motivos para este aumento de procura. A variada e qualificada oferta em gastronomia & vinhos é, também, um dos principais motivos de visita ao Centro de Portugal”. A ARPT Centro de Portugal investe no mercado brasileiro cerca de 12% do seu investimento total em promoção externa.

 

 
Vitor SilvaTambém o Alentejo sorri para o Brasil. Para Vítor Silva, presidente da ARPT Alentejo, “esta é uma oportunidade para contactar vários operadores que já têm o Alentejo na sua programação, identificar com eles outras oportunidades, dar a conhecer novos produtos turísticos. Também contactamos com operadores que não têm o Alentejo na sua programação, seduzindo-os para as potencialidades turísticas do território”. Nesta região, o mercado brasileiro é já o terceiro mais importante na região, com uma quota de 9,6%, só sendo ultrapassado por Espanha e França. Na opinião de Vítor Silva, apenas deve participar na ABAV “quem, em primeiro lugar, tem produto adaptado às exigências do mercado; deve participar quem tem alguma capacidade de investimento, já que não é chegar e começar a colher frutos. Há, muitas vezes, um trabalho de anos até que os resultados comecem a surgir. Deve participar quem acredita que apesar da crise, o Brasil, dada a sua dimensão, continua a ter um potencial enorme para Portugal”.

 

Presença obrigatória para hotéis
No que toca à hotelaria, Portugal também conta com alguns dos seus maiores “trunfos”. Os grupos Porto Bay Hotels & Resorts, Vila Galé, Dom Pedro Hotels e Pestana Hotel Group marcam mais uma vez presença na ABAV, num ano em que a “recessão” no Brasil se tem feito sentir.
Cláudio Santos, CEO do grupo PortoBay no Brasil, considera que a ABAV “é um momento relevante de contacto com parceiros e ‘tomada de pulso’ ao mercado”.

 
PEDRO RIBEIROPara Pedro Ribeiro, Sales and Marketing Director do Dom Pedro Hotels, considera que por se tratar de uma iniciativa “organizada pela Associação Brasileira de Agências de Viagens é o evento anual no mercado brasileiro que reúne mais agentes retalhistas de vários Estados Brasileiros, o que é importante para a comunicação e consolidação de qualquer produto no mercado brasileiro”. Considerando que a ABAV melhorou depois da mudança, há dois anos, do Rio de Janeiro para São Paulo, Pedro Ribeiro afirma esperar “que este ano consolide esta tendência e que contribua para o desenvolvimento do mercado brasileiro nas nossas unidades. Estando o Dom Pedro Laguna cada vez mais consolidado no mercado e ainda nomeado para dois WorldTravelAwards, esperamos que a ABAV nos mostre a importância deste hotel como destino de referência e com um grau de notoriedade cada vez maior”.

 
Também Adriana Borges, gerente de Marketing e Vendas do grupo Vila Galé no Brasil, considera a ABAV como “a maior e melhor oportunidade de reforçarmos a nossa presença no mercado e de apresentar as novidades a um grande público”. Para este ano, as expetativas são de que a “mudança da programação” se reflita no número de agentes de viagem.

 
jose-roquette-2Segundo José Roquette, administrador do grupo Pestana para a área de Desenvolvimento, a ABAV é uma feira de presença obrigatória. “A nossa presença na ABAV tem sido uma constante nos mais de 10 anos que o grupo está presente no Brasil. O grupo tem a ambição de estar entre os principais players do Brasil e como tal não poderíamos de maneira nenhuma estar fora desse grande evento”. O responsável ressalva ainda que “é nestes momentos de maior dificuldade da própria economia e do negócio que é preciso ser mais ousado ao nível do marketing”.

 

Novidades na ABAV
A ABAV regressa este ano ao modelo B2B após dois anos de feira aberta ao público final. “É esta a principal mudança” na feira deste ano, afirma António Azevedo. O programa de hostedbyuers conta também com mudanças significativas. O sistema de agendamento das reuniões foi alterado, deixando de estar restrito ao “business lounge”. “Este ano os encontros poderão ocorrer em qualquer área da feira, até mesmo nos stands dos expositores, visando facilitar a dinâmica e também o fluxo de compradores na feira”, explica António Azevedo.

 

2015 de retrocessos.2016 de otimismo.
PB_ClaudioSantos_1A retração do mercado brasileiro é uma realidade que não tem passado ao lado dos grupos portugueses com unidades no Brasil. Segundo Cláudio Santos, CEO do PortoBayHotels& Resorts no Brasil, “para 2015 estimamos uma queda de cerca de 10% em vendas no conjunto das nossas unidades, quando comparado com 2014. Esta queda é mais ou menos equivalente ao aumento que a Copa do Mundo trouxe no ano passado”. Para o responsável, “a maior preocupação é com a forte inflação, que tem um efeito corrosivo na nossa margem, num ano em que não conseguimos repassar grandes aumentos de custo para a diária”.

 
Também Pedro Ribeiro, Sales and Marketing Director do Dom Pedro Hotels, afirma que “o mercado brasileiro está a atravessar um momento de retração, quer a nível de procura por destinos internacionais, quer ao nível da procura de destinos nacionais, isto deriva do difícil período politico e económico que o Brasil está a atravessar”. Para 2016 as perspetivas são boas, no entanto, não há, segundo os responsáveis, motivos para euforias. “Imaginamos que o impacto positivo nas receitas por causa das Olimpíadas, no Rio de Janeiro, vai ser muito atenuado pelo aumento de oferta hoteleira que entretanto surgiu e que abre uma nova era de ocupações abaixo dos 80% na cidade. As grandes melhorias de infra-estruturas serão um ótimo legado para a cidade do Rio de Janeiro, mas a eliminação da exigência de vistos aos cidadãos americanos é talvez o único fator que pode melhorar fortemente as expetativas do setor no médio prazo”, afirma Cláudio Santos.

 
Adriana BorgesPor sua vez, Adriana Borges, gerente de Marketing e Vendas do grupo Vila Galé no Brasil, afirma que “a unidade no Rio de Janeiro já está com a ocupação máxima” devido à realização dos Jogos Olímpicos. “Há algum tempo que o Brasil é o nosso maior mercado. Em algumas da nossas unidades representa 90% da ocupação. Com a questão cambial e outros fatores económicos, acreditamos que esse mercado se torne ainda mais importante”, acrescenta.

 

 

 

José Roquette, administrador do grupo Pestana para a área de Desenvolvimento, alerta para os desafios do pós-Olimpíadas. “É importante preocuparmo-nos com a rentabilidade depois das Olimpíadas e perceber como vamos ser capazes de gerir, naquele contexto económico que se complicou por força de aumentos salariais superiores aos aumentos da produtividade, quer por força da complexidade fiscal”. Segundo o responsável, a recessão vivida no Brasil já se fez sentir “em pelo menos três dos hotéis do grupo”. Atualmente, o mercado brasileiro representa, em receitas, cerca de 15/17% para o grupo.

 

aroldo schultzSchultz anuncia novidades na ABAV
A Schultz, que estará também na ABAV com um espaço no stand da Braztoa, aproveitará a 43ª edição da ABAV para lançar algumas novidades ao mercado relativas à programação para 2016. Segundo Aroldo Schultz, CEO do operador, será também lançado “um novo roteiro com saídas garantidas para Portugal denominado “Small Groups Schultz – Pequenos Grupos – Grandes Viagens”. Para Aroldo Schultz, a ABAV “é uma boa vitrine e ajuda-nos a estar mais próximos de muitos dos fornecedores”.