Tudo a postos para mais uma edição da IMEX Frankfurt, que começa hoje, dia 14, e se prolonga até 16 de maio, na Messe Frankfurt. Portugal voltará a marcar presença numa das principais feiras dedicadas ao setor MI (Meetings & Incentives), conforme confirmou à Ambitur o Turismo de Portugal, que indica que, este ano, e tal como em 2023, estarão presentes 64 empresas portuguesas e cinco Convention Bureau. O stand de Portugal mantém-se numa localização privilegiada, junto a uma das entradas principais, ocupando uma área de 440 m2.
O Turismo de Portugal reconhece a importância do mercado alemão para o nosso país e recorda os dados de 2023 que o posicionam como o segundo mercado turístico, aferido pelo indicador dormidas, sendo ainda o terceiro em receitas turísticas e o quinto em número de hóspedes. Nestes três casos, os valores registados superaram os observados no período pré-pandemia, em especial no que diz respeito às dormidas (+43,2%). A Madeira é o principal destino nacional dos turistas provenientes da Alemanha que visitam Portugal (31,1%), seguindo-se o Algarve (29,4%), a Área Metropolitana de Lisboa (19,7%) e o Norte (9,5%).
o mercado alemão mantém-se sólido e que a atividade internacional está em recuperação, assinalando-se um aumento de 25% dos eventos realizados na Alemanha
Referindo-se mais concretamente ao segmento MI, os dados do barómetro do German Convention Bureau revelam que o mercado alemão se mantém sólido e que a atividade internacional está em recuperação, assinalando-se um aumento de 25% dos eventos realizados na Alemanha, em comparação com o ano anterior. Tendências como a realização de eventos de maior dimensão, incorporação de ferramentas de inteligência artificial, formatos ágeis e boas práticas de sustentabilidade são evidentes.
a Alemanha foi o segundo mercado emissor de turistas a nível mundial, tendo gerado mais de 120 milhões de viagens em 2023
O Turismo de Portugal destaca ainda que, de acordo com os dados da GlobalData, a Alemanha foi o segundo mercado emissor de turistas a nível mundial, tendo gerado mais de 120 milhões de viagens em 2023, e que Portugal ainda tem margem de crescimento no que respeita ao turismo germânico e a todas as suas vertentes, incluindo o MI.
No sentido de captar o segmento de MI, o Turismo de Portugal tem adotado uma estratégia que passa pela sua presença em vários eventos, dos quais se destaca, no primeiro trimestre, a participação na primeira edição do M&I Forum Marrakech (que contou com a presença e 25 suppliers, entre DMC, PCO e venues), na SMU Nova Iorque 2024 e a reunião Anual do Capítulo Ibérico da ICCA (em parceria com Benelux e França).
Este ano, além da IMEX Frankfurt, Portugal marcará presença na IMEX America e na IBTM World. Embora estas feiras não se direcionem exclusivamente ao mercado alemão, regista-se a presença de participantes deste mercado, designadamente organizadores de eventos, o que, segundo a equipa do Turismo de Portugal, permite estabelecer e reforçar uma rede de contactos e desenvolver ações de networking.
Por outro lado, a equipa de Turismo na Alemanha acompanha mais de perto as tendências do mercado e do segmento, e deste trabalho destacam-se ações de captação como famtrips e presstrips direcionadas ao segmento MI em Portugal; a promoção do sistema de incentivos Portugal Events através de canais presenciais ou digitais e a realização de eventos corporativos do mercado alemão no nosso país, como é o caso do Congresso Anual da DRV, a Convenção da ADAC ou a DER Academy, “eventos que trarão a Portugal os maiores operadores turísticos do mercado alemão que, in loco, tomarão contacto com a renovada e qualificada oferta existente, facilitando o melhor conhecimento do destino e aprofundando as interações com as empresas locais e as nossas regiões, com vista a um renovado posicionamento no competitivo mercado alemão”, explicam as mesmas fontes do Turismo de Portugal.
MI em Portugal
A indústria de MI em Portugal já recuperou da pandemia, com destaque para os hubs âncora de Lisboa, Porto e Algarve. Este é um setor que se está a adaptar às novas realidades e a explorar oportunidades no mundo digital, como eventos híbridos e conferências virtuais. O Turismo de Portugal recorda que este é um segmento que encerra em si um elevado fator de geração de negócios nos locais onde os eventos ocorrem, promovendo o investimento, o comércio com forte incremento nos setores das comunicações e tecnologias. Promove, igualmente, a excelência do conhecimento em associação ao desenvolvimento profissional das comunidades, criando emprego e promovendo novas formas de crescimento económico sustentável em parceria com a qualificação dos recursos humanos, não podendo deixar de ser vista como um dos mais importantes “veículos” de transferência de conhecimento e um legado para os territórios envolvidos.
Para promover a captação e realização de eventos associativos e corporativos em Portugal está em vigor, desde abril de 2023, o Sistema de Incentivos Portugal Events
Para promover a captação e realização de eventos associativos e corporativos em Portugal está em vigor, desde abril de 2023, o Sistema de Incentivos Portugal Events. No ano passado, receberam-se 175 candidaturas a esta linha de apoio que, à data, totaliza aproximadamente um milhão de euros de incentivo atribuído.
Portugal tem uma série de vantagens competitivas que são assinaladas pela equipa do Turismo de Portugal, e que vão desde o clima propício à realização de eventos durante todo o ano, à existência de uma oferta ampla de paisagens e espaços diversificados, gastronomia rica e variada, a curta/média distância, o que permite à organização dos eventos disponibilizar uma oferta de programas sociais diferenciados e personalizados. Por outro lado, o país sabe bem-receber e está na 7ª posição do Global Peace Index 2023 a nível de segurança. No que se refere a acessibilidades, Portugal possui uma localização estratégica, com voos diários para as principais cidades europeias, assim como para a América do Norte e do Sul, África e China.
Outras vantagens competitivas fundamentais para o MI são o alojamento turístico de qualidade, venues com diferentes características (culturais, históricas, modernas, românticas), reconhecimento internacional (Lisboa foi recentemente eleita, pela primeira vez, o melhor Destino MICE da Europa, na 4.ª edição dos World MICE Awards) e experiência comprovada na receção e realização de grandes eventos internacionais, como é o exemplo da Web Summit, existência de instrumentos de apoio financeiro para a captação e realização de eventos em Portugal e capacidade de resiliência, recuperação e adaptação.
Para o Turismo de Portugal, há uma série de ações que o país deve levar a cabo para continuar a dar resposta às tendências do setor. Em primeiro lugar, incorporar componentes tecnológicas e digitais nos eventos (AI, realidade virtual, app, componentes híbridas) e priorizar, nos eventos, componentes de sustentabilidade e estratégias DE&I. Por outro lado, deve disponibilizar opções flexíveis e adaptáveis (políticas de cancelamento flexíveis, opções de eventos híbridos), necessidades que se tornaram mais evidentes, no pós-pandemia. E também promover a formação especializada de recursos humanos no setor de eventos (assinalando-se o papel da Academia Digital do Turismo de Portugal, que disponibiliza, online e presencialmente, um vasto conjunto de ações de formação nos mais variados âmbitos). Por fim, há que continuar a promover a descentralização dos eventos dos hubs de Lisboa, Porto e Algarve, por exemplo, com incentivos direcionados aos territórios de baixa densidade (como já sucede no sistema de incentivos Portugal Events). Outras ações poderão passar também por incorporar atividades e apontamentos que tornam um evento “imperdível”, tais como a elevada qualidade dos conteúdos, oportunidades de networking, atividades de bem-estar, programas sociais, experiências personalizadas.
Paralelamente, a participação integrada de Portugal, com as suas empresas e Convention Bureaux em feiras de turismo de negócios ou em outros eventos do setor, contribuirão para promover a imagem de Portugal e as suas vantagens competitivas como destino MI.
Será, contudo, essencial garantir, em equilíbrio com os fatores de inovação, a continuidade da valorização da identidade cultural e a promoção da autenticidade do país como um todo e de cada região em particular.
Por Inês Gromicho