“Portugal precisa da TAP e a TAP precisa de Portugal”

David Neeleman, presidente da TAP, esteve ontem na celebração do Dia Mundial do Turismo e naquela que foi a III Cimeira do Turismo Português para reforçar a ideia de que a transportadora aérea portuguesa “está pronta para ser low-cost, mas também continuar a servir os nossos clientes que continuam a querer mais”.

Numa primeira parte, Neeleman sublinhou a necessidade de “poupar 150 milhões de euros”, referindo que não fará isso à base de despedimentos ou corte de salários, mas sim “com eficiência”.

Pelo facto de Portugal se localizar na ponta da Europa e sabendo-se que 80% das entradas em Portugal são feitas por via aérea, segundo um estudo da PWC, a concorrência das companhias low-cost colocam um desafio maior à TAP. Neeleman pretende por isso trazer “eficiência à frota nacional”, a começar desde logo com a idade média da frota que, quando chegou, era de 21 anos e quer agora trazer para os dois anos.

Para além disso, pretende reforçar a cultura interna dentro da empresa e reduzir custos de combustível que, tal como referiu, só em 2016, a “a TAP já poupou mais de 200 milhões de euros em jetfuel, face a 2015.”

Por outro lado, Neeleman sublinhou que a frota será aumentada com 53 novos aviões e trará um crescimento no número de rotas, onde constam 14 voos por semana para os Estados Unidos com duas novas rotas em direção a Boston e ao aeroporto JFK, em Nova Iorque.

A TAP aposta ainda em programas de fidelização de clientes, com o Programa Stopover, e de segmentação e redução das tarifas. No caso do programa, este oferece a possibilidade de trazer turistas que se dirigem a outro destino final, mas que entre paragens poderão usufruir e passar algum tempo em Portugal. Por outro lado, e em relação à segmentação, Neeleman opta pela diversificação de preços. Assim, e tal como declara, os aviões que estão a preparar, “na parte de trás vão ser Ryanair”, no seu entender menos espaçosos, e à frente serão “mais largos”, para os clientes que quiserem pagar mais.

Já em conversa com António Mexia e quando confrontado com a hipótese “Portela + 1”, o responsável diz que há uma necessidade de “ter mais espaço e mais terminais” e que, no caso de vir a ser Montijo, a distância não seria um grande problema, admitindo que “é sempre possível operar as low-cost para o Montijo, sem prejuízo para os turistas.