Posicionamento geo-estratégico de Portugal e ética nos negócios em debate no congresso da AHP

Os Açores, que tem registado um elevado crescimento a nível turístico, foi o local escolhido para o 28º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). O evento, que tem como objetivo o debate sobre os desafios da área, deverá reunir cerca de 400/450 participantes: “As inscrições estão a correr como era expectado nesta altura. Esperamos ter 400/450 participantes”, referiu Cristina Siza Vieira, , presidente executiva da AHP, na apresentação do programa do Congresso à imprensa, que decorreu ontem, em Lisboa.

Nesta 28º edição, o Congresso terá como tema “Portugal, Vocação Atlântica”, pretendendo reforçar a importância do oceano Atlântico, que possibilita que o país tenha um posicionamento e ligações estratégicas. “O Atlântico é um dos pilares da economia portuguesa e permite ligações triplamente importantes como a América do Norte, Sul e Central, o Reino Unido e também a África”, referiu Cristina Siza Vieira.

Os Açores foi o destino escolhido para a realização do congresso, por fazer parte desta posição privilegiada, nomeadamente, por permitir que o país esteja mais próximo da América. Outras razões prendem-se com o facto da AHP ter uma delegação nos Açores e pelo elevado crescimento turístico no arquipélago.

“Os Açores já tinha sido um local falado porque abrimos uma delegação nos Açores e agora ainda mais pelo crescimento que tem tido, superior aliás, à própria dinâmica nacional”, reforçou a presidente executiva.

Raul Martins, presidente da AHP, reforça que esta é uma “região que está a emergir para o Turismo Nacional e Internacional”.

O congresso decorre entre 16 a 18 de novembro. Os debates iniciam-se no dia 17, sendo que na parte da manhã vai estar em discussão o “Posicionamento Geo-Estratégico de Portugal”, onde se vai refletir sobre a vocação atlântica do país e também sobre os momentos de transição na política internacional. Um dos oradores deste painel será Diogo Freitas do Amaral.  Ainda neste âmbito, aborda-se o tema “Portugal e os EUA. O mercado, o turista e a acessibilidade”, que conta com a presença de Elisabeth Konick, Cônsul dos EUA nos Açores, Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal e David Neeleman, CEO da TAP.

Pela tarde serão abordados os “Pilares para a sustentabilidade Económica e para o crescimento”, um painel que se foca em novas perspetivas de negócio, boas práticas de gestão financeira e como potenciar financiamento e gerar investimento. António Simões, Vice-Presidente Executivo da Nutrinveste e CEO da Sovena Group e José Theotónio, CEO do grupo Pestana partilharão com os presentes “os vários modelos de negócio” que escolhem para as suas empresas.

Segue-se o painel “A arte do posicionamento: A importância do correto posicionamento dos hotéis e restaurantes no mercado”, que acentua a importância dos nichos de mercado e da diferenciação. Segundo Rodrigo Machaz, diretor-geral da Memmo Hotels e membro da AHP, “está na altura dos hotéis posicionarem os restaurantes independentemente dos seus hotéis”. “Não é obrigatório que o target do hotel coincida com o do restaurante”,  afirmou o responsável, dando conta que este será um painel que contará com os contributos de António Araujo e Albano Homem de Melo, fundadores do H3.

O final do dia foca-se na “Ética e os Negócios”, onde se vai falar sobre a importância dos deveres das empresas como entidades sociais. O padre José Tolentino Mendonça será um dos oradores.

O dia 18 de novembro é dedicado ao futuro e às “Novas tendências do digital”. O objetivo será perceber como podem os hoteleiros aproveitar as novas tendências para reforçar a captação de hóspedes, melhorar o desempenho dos hotéis e manter os custos de distribuição. O dia termina com um painel dedicado à “Future Lab – New Bricolage Living”, que analisam os consumos e ajudam a perceber como os hotéis se devem posicionar.

“Temos tudo para ter um excelente congresso”, concluiu Rodrigo Machaz.