Preparar um “Norte mais qualificado” e “repensar o produto turístico” é a estratégia do Porto e Norte de Portugal

A retoma da atividade turística é desejada por todos e no Norte de Portugal isso não é exceção: “Há uma grande vontade de receber novamente os turistas. A região está preparada e é uma escolha segura”. Embora as previsões sejam de um “arranque naturalmente tímido”, o presidente da Turismo Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, acredita que, em “junho, o movimento será maior. Prevê-se o levantamento de mais algumas restrições, situação que continuará gradualmente até ao final do verão”.

À Ambitur.pt, o dirigente afirma que, embora haja uma “grande vontade” por parte dos empresários em retomar, há igualmente “consciência” de que “vão ter de funcionar dentro de uma nova normalidade”, proporcionado aos clientes “todas as condições de segurança” para que se sintam “confortáveis do ponto de vista sanitário”. Embora o caderno de encargos seja bastante exigente para a reabertura, Luís Pedro Martins diz que as “empresas estão a adaptar-se e a reorganizar-se internamente”, prevendo assim que, no início do mês de junho, “tudo esteja operacional” para receber quem visita a região. Se a retoma será mais ou menos acelerada, o presidente da TPNP considera que tudo dependerá da “reabertura de fronteiras terrestres e do espaço aéreo”, assim como, das “restrições que são colocadas às companhias aéreas”. Mas há uma certeza: “Será um verão extremamente difícil, onde os turistas nacionais, mais do que nunca, serão a grande ajuda para reerguer o setor”

“Páscoa de 2021 será o grande momento de viragem e de regresso à normalidade”
Ainda que “tímida”, a procura, em junho, pelo Norte de Portugal já é sentida s. Há um dado que permite à região ter esperança nesta retoma: “O Porto e Norte foi a região com menor taxa de estabelecimentos com cancelamentos de reservas a nível nacional”, indica o responsável, acrescentando que a diversidade da região, “com muitos recantos por descobrir”, será certamente um fator “atrativo” para o perfil de turista que vai “procurar privacidade, territórios de baixa densidade populacional e o contacto direto com a natureza”.

Se este ano as férias do portugueses serão passadas “cá dentro”, o dirigente vê essa realidade como uma “oportunidade” para todos conhecerem melhor Portugal. “Vivemos num país muito rico e diverso em matéria de oferta turística onde todas as regiões, sem exceção, permitem férias inesquecíveis e seguras”, afirma o responsável, desafiando todos os portugueses a “percorrerem o país e a deixarem-se surpreender por este magnífico território”.

Da parte internacional, há uma esperança de receber turistas ainda este verão: “Estamos a trabalhar para que se concretize”, sublinha Luís Pedro Martins, acreditando que, “após a reabertura das fronteiras terrestres, aéreas e marítimas”, o fluxo de turistas irá, “paulatinamente, retomar a normalidade”. Num primeiro momento, será certamente o espanhol: “Tradicionalmente, já é o nosso principal mercado emissor e, pela proximidade geográfica, é um ´cliente` natural”, refere. Acreditando que “não vão existir surpresas negativas” no combate à pandemia, o dirigente espera que a Páscoa de 2021 seja “o grande momento de viragem e de regresso à normalidade”. Luís Pedro Martins vai mais longe: “Em dois meses, os turistas não se esqueceram de nós e, quando puderem viajar, regressarão de novo a Portugal”.

Escolher o Porto e Norte para férias é “escolher destinos seguros”
Durante os próximos dois anos, a TPNP e a Associação de Turismo do Porto (ATP) estão a preparar um plano de recuperação do setor na região. Num primeiro eixo, o plano prevê um “Norte mais qualificado”, repensando todo o produto turístico” relacionado com a pandemia. “É mandatório que o Porto e Norte de Portugal sejam, efetivamente, uma região absolutamente segura”, sublinha Luís Pedro Martins, destacando a importância dos turistas terem essa perceção, até porque “será decisiva quando o turista estiver a fazer as suas escolhas”. Já num outro eixo, o objetivo é tornar o “Norte mais atrativo”, intensificando “a comunicação do destino” com “várias ações” direcionadas para os “portugueses”, mas também para o “mercado espanhol” e, naturalmente, para ao “mercado internacional”. Já um último eixo, quer um “Norte com mais energia”, desenvolvendo até 2022, um “reforço da promoção de eventos” considerados estratégicos e com “capacidade de atração de turistas estrangeiros ao território”, afirma o dirigente.

A aposta numa “comunicação de revivalismo” também faz parte da agenda de prioridades da região. Este tipo de comunicação assenta na promoção das “viagens de carro” ou do “autocaravanismo” pelas estradas EN2, EN 222 ou a Rota do Românico, “todas elas capazes de proporcionar experiências inesquecíveis”, garante o responsável.

Uma vez que a crise da Covid-19 é transversal a todo o território, Luís Pedro Martins sublinha que é “fundamental” trabalhar para “promover” toda a região, “ainda que de forma diferente para cada sub-destino”. A campanha “Escolha Segura – Mergulhe na Região”, prevista para junho, é a prova disso, focando-se essencialmente na “promoção de destinos de baixa densidade”. Se há algo de “positivo” que a crise trará, será a “maior e a melhor distribuição dos turistas pela região”, considera o dirigente.

Se a “hospitalidade” é uma característica tão comum da região nortenha, Luís Pedro Martins junta a certeza de que, escolher o Porto e Norte para férias é “escolher destinos seguros, cujos responsáveis trabalharam para dar segurança máxima”.