Tendo em conta que a atividade turística representa cerca de 20% do PIB do país e a situação geoestratégica de Portugal face aos principais mercados emissores, Miguel Quintas, CEO da Airmet, alerta para que os stakeholders do turismo sejam ouvidos, em especial os agentes de viagens, responsáveis por parte do movimento turístico de e para o país, nos processos de privatização da TAP e SATA.
Referiu o responsável, no âmbito da 20.ª Convenção da Airmet, que decorreu em Angra do Heroísmo, que relativamente “à TAP sabemos que é a nossa principal companhia aérea e é a companhia que os agentes de viagens mais reservam. Dentro da privatização é fundamental que ela aconteça com o apoio dos satkeholders do nosso setor”. Realça o responsável que a TAP tem uma vantagem grande para os portugueses, que se chama o hub de Lisboa e que é um ativo conquistado a custo. “Ele está cá e gostaríamos muito que ele se mantivesse em Portugal. Mas também gostaríamos muito de ver uma TAP privatizada, eficiente e que nos permita aumentar as opções de destinos. Que nos permita vender mais TAP, mas também que permita garantir que os nossos clientes, ao final do dia, que sejam bem servidos”, considerou.
Relativamente à SATA, dando conta que havia sido parte interessada no processo de privatização, refere que é necessário finalizá-la até ao final de 2025, “desejo que o processo se reinicie rapidamente, precisamos de uma SATA forte, que faça esta ligação dos Açores ao Continente, mas também a outras paragens como a América do Norte, e isso faz-nos falta, porque uma SATA forte permite mais uma vez aos agentes de viagens terem mais destinos para os seus clientes, seja para fora de Portugal como para trazer para dentro do país”. Continuando, refere que a SATA é um player incontornável deste setor, a TAP, devido à sua dimensão, é um player ainda maior, “mas faço votos que os stakeholders deste setor, incluindo as agências de viagens, sejam ouvidos naquilo que são as suas necessidades e as necessidades das próprias companhias, porque somos nós que ainda enviamos cerca de 40% dos clientes para essas duas empresas aéreas”.
Por Pedro Chenrim, na 20.ª Convenção Airmet, em Angra do Heroísmo