Programa HOSPES: AHP atribui Selos de Responsabilidade Social e Ambiental para uma “hotelaria circular”

A AHP – Associação da Hotelaria de Portugal atribuiu na semana passada os Selos de Responsabilidade Social (We Share) e de Sustentabilidade Ambiental (We Care), no âmbito do Programa HOSPES “Sharing is Caring“, a diversos hoteleiros portugueses, numa cerimónia que decorreu no Palácio do Governador.

Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP, diz ser um orgulho “ouvir falar da importância económica que o turismo tem, o seu peso no PIB, no emprego e exportações, mas aqui [no HOSPES] há outra visão do peso que o turismo tem na sustentabilidade, na economia circular e no bem que fazemos”.

Em 2018 o Programa HOSPES, através de 58 hotéis e 50 IPSS, alcançou 45% do total de doações a instituições sociais dos seis anos de iniciativa, evitou 15.240 toneladas de desperdício, poupou 131 228 00 litros de água e duplicou de modo geral o tempo de vida útil dos bens utilizados no setor. O que resulta numa poupança total na ordem dos 400 mil euros.

A AHP aproveitou a ocasião para assinar um compromisso com a Aliança ODS Portugal, tendo em vista os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

Margarida Couto, presidente do Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial (GRACE), admite que o turismo “é um setor incontornável para a sustentabilidade” e garante que os investidores procuram, cada vez mais, investir em empresas que incorporam melhores práticas sociais e ambientais. A responsável conta a história de Larry Fink, CEO da BlackRock — maior fundo de investimentos do Mundo e que, inclusivamente, investe em diversas empresas em Portugal — que todos os anos redige uma carta aos CEO’s das empresas em que investe a revelar-lhes os critérios que a BlackRock utiliza para decidir os seus investimentos.

O certo é que em 2018 a carta tinha como título “Assumps of Purpose” e referia que “se as empresas não começarem a incorporar nos seus KPI’s [Key Performance Indicator] um ‘propósito’ vão pura e simplesmente deixar de ser sustentáveis e deixar de existir”. A carta deste ano intitula-se “Purpose and Profit” e, segundo Margarida Couro, torna tudo ainda mais claro: “As empresas que não incorporarem na sua estratégia, de forma alinhada com os seus negócios, fatores relacionados com o ambiente, o impacto social (direitos humanos) e a governance – assistimos a empresas que tinham práticas de sustentabilidade fantásticas mas depois falhou tudo porque falhou a governance – não vão estar cá no futuro.” A BlackRock não irá investir.

Destino Mais Sustentável do Mundo

Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, recorda que “quando construímos a estratégia para o Turismo, em 2016, na altura surgiu internacionalmente como uma estratégia um bocadinho forma do costume na área do turismo porque se baseia muito não só na perspetiva de crescimento económico mas também focada em objetivos, quantitativos, relacionados com a sustentabilidade ambiental e social”.

Este enfoque na sustentabilidade é uma “questão de sobrevivência do próprio turismo” e de mercado, exemplo disso, é “a quantidade de operadores que hoje exigem selos de sustentabilidade ambiental e social precisamente até para entrar nas cadeias de valor”, indica a secretária de Estado. E foi essa estratégia que “nos levou este ano a ser considerado o Destino Mais Sustentável da Europa”.

A responsável encerrou o evento com um agradecimento aos hoteleiros: “É graças a vós que isto está a acontecer, a minha obrigação é criar a forma mais fácil de vos ajudar a acelerar a mudança porque é precisa e Portugal está a posicionar-se como Destino Mais Sustentável da Europa, temos que ser o Destino Mais Sustentável Mundial, não só por termos uma estratégia mas acima de tudo por termos resultados.”

Hotéis distinguidos com os Selos AHP

Nas duas categorias de Responsabilidade Social e Sustentabilidade Ambiental:

Na categoria Responsabilidade Social:

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