Promoção: “Os tempos do auto-elogio acabaram”

O modelo de promoção do país é consensual, esta é a ideia transmitida pelos intervenientes do painel “Portugal: Opções Estratégicas e Fatores de Competitividade”, António Trindade, CEO do Grupo Porto Bay, Frédéric Frére, CEO da Travelstore, e Eduardo Jesus, diretor Secretário Regional da Economia. No entanto algumas ideias originais ficaram e mensagens, de um lado porque não recorrer a um encenador para criar um palco de experiências num destino, por outro a segurança deve ser motivo de preocupação, mas não de promoção.

Para Frédéric Frére, “os tempos do auto-elogio acabaram, não podemos chegar junto de mercados e dizer que somos os melhores. Temos de o demonstrar no dia-a-dia”. O reponsável da Travelstore lembra que “quem valida a informação é o consumidor, através de partilha, do gosto ou não gosto”. Sendo assim, o orador remata que a maior responsabilidade hoje é relativamente ao produto, à sua substância. No entanto, “não digo com isto que não se deva fazer nada ao nível da promoção, deve-se manter uma estratégia forte de relações públicas/promoção”, acrescenta.

Durante o painel, o responsável ainda deixou uma ideia, “se fosse presidente de Câmara chamava um encenador de teatro ou cinema e dizia-lhe: cria-me o palco das emoções, das experiências que torne este destino único, totalmente diferente dos outros, pois é isso que nos move a sair do país”. Para Frédéric Frére, “se não procuramos essa excelência da experiência então não vale a pena pensar em turismo”. O tema da segurança também não ficou de fora, indicando o responsável que “a segurança é um dos fatores competitivos chave de Portugal no contexto internacional”.
António Trindade, do Grupo Porto Bay, destacou que “o que tenho que pensar é quem é o protagonista e o conceito da abordagem regional e nacional. Quando tivermos um entendimento soube onde começar a própria diferenciação, podemos ir mais adiante”. Pois, “ eu não posso facilmente juntar fatores de diferenciadores e de relevância no Algarve, Minho, Porto e Lisboa. Não. Não está aqui em causa só a promoção, mas a parametrização de produtos”. Rematando a sua intervenção no painel, referiu o orador que “a segurança deve ser um motivo de grande preocupação mas não de promoção”.

Para Pedro Machado o modelo de promoção está encontrado. Sendo lógico que “dentro da estratégia da marca Portugal há muitos produtos e elementos diferenciadores que podem e devem ainda alavancar mais as regiões”.

Na mesma linha interveio Eduardo Jesus, indicando que “quando Portugal se promove tem como matriz os elementos das regiõe, sendo que o brand Portugal reflete as especificidades regionais”.